Estudo de marcadores moleculares (microssatélites) em vacas doadoras de embriões com diferentes respostas superovulatórias.

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

Embora a Transferência de embriões venha sendo empregada há mais de 30 anos e inúmeras pesquisas atuais realizadas, a variabilidade da resposta à superovulação (SOV) continua sendo o principal fator que limita o emprego mais amplo desta tecnologia, existindo a necessidade de procedimentos ou um melhor conhecimento dos fatores que interferem na resposta a SOV e desta forma possibilitar um aumento no número médio de embriões viáveis por coleta. A investigação de marcadores moleculares pode ser uma ferramenta útil para identificar precocemente algumas características reprodutivas que somente irão se expressar quando o indivíduo atingir a maturidade sexual ou ainda após o primeiro parto. Para tanto, foram investigados, através de reação em cadeia da polimerase (PCR), marcadores moleculares (repetições curtas em tandem e polimorfismos de um único nucleotídeo), localizados nos mesmos cromossomos e próximos aos genes envolvidos com o recrutamento e crescimento folicular, a saber: LHβ, FSHβ, IGF-IR e Leptina, que em estudos anteriores, mostraram estar associados a um melhor desempenho reprodutivo. Adicionalmente, foi investigado o gene do receptor do FSH. Foram estudados 60 fêmeas da raça Nelore (N) e 59 da Aberdeen Angus (AA), sendo divididas em dois grupos, conforme a sua produção de embriões viáveis, em três coletas consecutivas, de baixa produção (30 N e 29 AA), com até 6 embriões e de alta, acima de seis (30 N e 30 AA). A variação observada do número de alelos detectados nas raças Nelore e Angus foi de 2 a 8 e 1 a 10, respectivamente. As duas raças não apresentaram freqüências alélicas semelhantes em nenhum dos sistemas estudados e alguns alelos foram observados somente em uma das raças, como para a raça Angus BMS3004*129, HEL5*161, e para o Nelore BMS3004*132, *138, HEL5*149 e AFZ*111. Foram encontradas algumas associações, para a raça Nelore; no sistema BMS4325, a presença do alelo *97 não foi favorável à produção de embriões, ao contrário do alelo *105. Para o sistema IDVGA51 o alelo *175 permitiu que as doadoras carreadoras deste alelo produzissem mais embriões, enquanto que o alelo *181 foi desvantajoso. No marcador ILSTS002 a presença do alelo *135, nas doadoras, levou-as a serem incluídas na classe de baixa produção embrionária. Já para o sistema AFZ1 as vacas possuidoras do alelo *119 produziram acima de 6 embriões. Os alelos *151 e *153 do sistema HEL5 permitiram que suas carreadoras produzissem um menor e um maior número de embriões viáveis, respectivamente. Os animais homozigotos da raça A. Angus para o sistema LEPSau3A1(A/B) produziram mais embriões quando comparado aos heterozigotos. Em conclusão, é possível sugerir a utilização de alguns dos sistemas estudados para selecionar, previamente, a produção de embriões em doadoras, principalmente em raças em evolução, como a Nelore, mas esta tecnologia não seria apropriada para rebanhos seletivamente estáveis, como o A. Angus, aqui investigado.

ASSUNTO(S)

reproducao animal : bovinos superovulacao : bovinos microssatélite

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