Estudo dos genes WNT4 E CTNNB1 na síndrome de MAYER-ROKITANSKY-KÜSTER-HAUSER

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

A Síndrome de Mayer-Rokitansky-Kuster-Hauser (SMRKH), caracterizada pela malformação congênita do trato genital feminino, é a segunda causa mais freqüente de amenorréia primária em nosso meio, acometendo uma em cada 5000 mulheres nascidas vivas. No entanto, a base molecular da SMRKH ainda não é conhecida. A elucidação dos processos envolvidos na patogênese da SMRKH não só nos permitiria a compreensão desta condição relativamente comum, como também faria uma grande contribuição ao conhecimento sobre o controle genético da diferenciação sexual dos seres humanos, principalmente no tocante ao sexo feminino, que até recentemente, foi considerado o sexo da ausência. Com esses objetivos em vista, procuramos estudar dois genes amplamente envolvidos na determinação e diferenciação do sexo feminino WNT4 e CTNNB1 (-catenina 1, gene) em pacientes portadoras da SMRKH. O gene WNT4 é crucial para a manutenção da arquitetura ovariana durante o desenvolvimento embrionário e para a formação dos ductos de Müller. Recentemente, mutações no gene WNT4 foram descritas em pacientes portadoras de anomalias do trato genital feminino e hiperandrogenismo. No entanto, tais achados não foram confirmados em outros grupos de pacientes portadoras da SMRKH. A -catenina tem participação importante nas vias de sinalização dos WNTs e do hormônio anti-Mülleriano (AMH), principal responsável pela regressão dos ductos de Müller no sexo masculino. A estimulação das células mesenquimais peri-ductais pelo AMH determina acúmulo da -catenina. O exon 3 do gene CTNNB1 abriga seqüências nucleotídicas responsáveis pela codificação dos sítios de fosforilação da -catenina, essenciais para sua degradação; mutações nesses sítios determinam acúmulo citoplasmático e nuclear da -catenina, e poderiam determinar, em última instância, regressão anômala dos ductos de Müller nas pacientes afetadas. Estudamos seis pacientes portadoras da SMRKH, provenientes de um centro de infertilidade no Brasil. Os 5 exons do gene WNT4 e o exon 3 do gene CTNNB1 foram amplificados por PCR, com a utilização de iniciadores específicos, a partir de DNA genômico. Os produtos de PCR foram purificados e sequenciados em um sequenciador automático. Não encontramos mutações nos cinco exons do gene WNT4, tampouco no exon 3 do gene CTNNB1 no grupo de pacientes estudadas. Em nosso estudo, concluímos que mutações da região codificadora do gene WNT4 não estão associadas com a SMRKH e a procura de mutações nesse gene deve ser reservada para pacientes com anormalidades nos derivados de Müller associadas ao hiperandrogenismo. A presença de mutações no exon 3 do gene CTNNB1 é uma causa improvável da SMRKH. Outras moléculas efetoras das vias de sinalização WNT e AMH deveriam ser estudadas em busca do esclarecimento da base molecular da SMRKH, que ainda permanece obscura

ASSUNTO(S)

aparelho genital feminino teses sexo causa e determinação teses.

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