Estudo molecular do vírus da hepatite C isolado de pacientes atendidos em hospital de referência em Fortaleza, Ceará / Molecular study of hepatitis C virus isolated from patients of a reference hospital in Fortaleza, Ceara.
AUTOR(ES)
Cristianne Sousa Bezerra
DATA DE PUBLICAÇÃO
2006
RESUMO
O vírus da hepatite C é considerado como o principal agente causador de hepatite não-A, não-B e, desde sua descoberta em 1989, tem sido reconhecido como a principal causa de doença crônica do fígado em todo o mundo. O VHC possui um genoma de RNA de sentido positivo e é classificado como um flavivírus. O vírus apresenta considerável variabilidade em sua seqüência e as variantes do VHC podem ser divididas em seis genótipos principais (numerados de 1 a 6) e diversos subtipos. A distribuição dos genótipos varia tanto geograficamente, quanto entre os grupos de risco. Este estudo teve como objetivo analisar a distribuição dos genótipos do VHC entre pacientes atendidos em um hospital de referência em Fortaleza, Ceará. Cento e vinte pacientes com sorologia positiva para anti-VHC ou história clínica sugestiva de infecção pelo vírus foram estudados. O RNA viral foi extraído a partir do soro dos pacientes e a detecção molecular do vírus foi feita por PCR, utilizando iniciadores específicos para a região 5 (linha) não-codificadora do genoma viral. A genotipagem foi baseada em técnica de RFLP utilizando as enzimas de restrição HaeIII, RsaI, MvaI e HinfI. Noventa e seis pacientes (80%) foram positivos no teste qualitativo para VHC. A média de idade desses pacientes foi de 44 anos. História clínica de cirurgia foi o fator de risco mais presente, seguido por transfusão sangüínea, DST, uso de drogas, tatuagem, diálise e exposição ocupacional. A relação entre o resultado do teste qualitativo e o uso de drogas apresentou significância estatística, com 96% dos usuários de drogas positivos para VHC. Não houve diferença significativa no resultado do teste qualitativo quando transfusões sangüíneas feitas antes ou depois de 1993 foram analisadas. Manifestações clínicas ou índices de ALT alterados também não foram preditivos de positividade para VHC. O genótipo 1 foi o mais prevalente na população estudada (46,9%), seguido pelos genótipos 3 (34,4%) e 2 (8,3%). O genótipo 4 viral foi detectado em um paciente. Em nove amostras não foi possível a genotipagem do VHC. Esses casos foram denominados indeterminados. Características epidemiológicas como idade, sexo, fatores de risco, índices de ALT e manifestações clínicas foram relacionadas com os diversos genótipos virais. A distribuição dos genótipos virais entre as categorias estudadas ocorreu de forma homogênea na maioria dos casos. Foi observada significância estatística apenas na relação entre genótipo e exposição ocupacional ao VHC, com predominância do genótipo 1 neste grupo de risco. Não foram observadas co-infecções com mais de um genótipo viral.
ASSUNTO(S)
epidemiologia molecular hepacivirus hepatitis c virus molecular epidemiology hepatite crônica genotyping epidemiologia molecular pcr replicação viral hepatite c microbiologia medica vírus da hepatite c pcr genotipagem reação em cadeia da polimerase
ACESSO AO ARTIGO
http://www.teses.ufc.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=127Documentos Relacionados
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