Estudo químico e avaliação do potencial efeito biológico das folhas e flores de Hymenaea stigonocarpa Mart. ex Hayne (Fabaceae)

AUTOR(ES)
FONTE

Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFG

DATA DE PUBLICAÇÃO

2014

RESUMO

O Cerrado brasileiro, rico em espécies vegetais, torna-se promissor para estudos de produtos naturais (PNs) que possam atuar como fontes para o desenvolvimento de novos fármacos, como agentes quimioterapêuticos e quimiopreventivos, e inibidores de enzimas, tais como as catepsinas, proteases lisossomais com funções benéficas, porém atuando em processos patológicos (câncer, artrite, osteoporose, desordens imunológicas e infecções virais). Embora tais enzimas tenham sido estudadas como alvos para o desenvolvimento de fármacos, poucos inibidores baseados em PNs foram descritos na literatura. Assim, neste trabalho foi realizado o estudo químico-biológico de Hymenaea stigonocarpa, em busca de metabólitos secundários potenciais em inibir a atividade das catepsinas K, L e V, bem como a viabilidade celular das linhagens de células tumorais S-180 e Ehrlich. Através de técnicas cromatográficas, do extrato das folhas foram isoladas 5 substâncias, ainda não relatadas para H. stigonocarpa: ácido labd-7,13-dien-15-oico (I), ácido labd-7-en-15-oico (II), ácido Δ13,14-ent-labd-8-β-ol-15-oico (III), 4’,5,7-trihidroxi-3’,5-dimetoxiflavona (IV) e ácido p-hidroxibenzoico (V); e uma substância do extrato das flores, a qual ainda não está descrita na literatura: ácido 18-hidroxi-ent-halima-1(10),13-E-dien-15-oico (VI). Portanto, este estudo contribuiu para enriquecer o conhecimento sobre os PNs produzidos por esta espécie. Os diterpenoides I e III foram avaliados quanto aos seus potenciais citotóxicos, demonstrando valores de IC50 não satisfatórios. No entanto, estudos demonstraram que diterpenoides labdano e halimano possuem efeito citotóxico e consideraram a substância IV, isolada neste trabalho, como detentora de atividade anticâncer, tornando esta espécie promissora na busca por compostos capazes de inibir a viabilidade de células tumorais. Os compostos I, III, III* (éster de metila de III), IV, V e VI foram ensaiados frente às catepsinas K, L e V, sendo os resultados mais expressivos para os compostos I, IV, V e VI frente à catepsina V; I e V frente à catepsina L e I frente à catepsina K. Essas substâncias foram avaliadas quanto à potência inibitória, sendo os resultados mais significativos para o composto IV (IC50= 2,9 e 36,9 μM), frente às catepsinas V e L, respectivamente. Dados da literatura reportam atividades inibitórias para flavonoides frente à catepsina K, evidenciando, juntamente com os resultados obtidos, a necessidade de continuação dos estudos de H. stigonocarpa na busca por inibidores de cisteíno proteases.

ASSUNTO(S)

cerrado hymenaea stigonocarpa produtos naturais atividade biológica natural products biological activity ciencias exatas e da terra::quimica

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