Etiologia dos processos infecciosos e abordagem sobre a avaliação em Staphylococcus spp. dos fatores de virulência e resistência aos antimicrobianos de uso clínico em cães e gatos. / Etiolgy of infectiuos diseases of dogs and cats and approach on Staphylococcus spp. virulence factors and resistance to antimicrobials applied in veterinary practices.

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

23/02/2010

RESUMO

O presente estudo realizou uma abordagem investigativa sobre a etiologia de processos infecciosos de animais de companhia e seu respectivo perfil de suscetibilidade antimicrobiana. Foram investigados diferentes mecanismos de resistência à azitromicina e oxacilina, e os principais fatores de virulência expressos em Staphylococcus spp. provenientes desses casos de infecção. Foram coletados 225 espécimes de casos de otite externa, pioderma, infecções do trato genito-urinário, respiratório, cavidade oral e da mucosa conjuntival de cães e gatos. Foram identificados 100 isolados do gênero Staphylococcus spp. representados por: S. aureus, S. intermedius, S. hyicus e Staphylococcus spp. coagulase-negativos. Também foram detectados 64 Bastonetes Gram-negativos (BGN), representados por Pseudomonas e enterobactérias. Os Staphylococcus spp. foram mais resistentes à penicilina, ampicilina, cefoxitina, ceftriaxona, azitromicina e clindamicina. As Enterobactérias foram mais resistentes à enrofloxacina e tetraciclina, enquanto Pseudomonas spp. à ceftriaxona. Diferentes testes foram utilizados para avaliação do perfil de atividade da azitromicina dentre estes, a Difusão em Disco e a Microdiluição em Caldo, que detectaram resistência em 55% e 66% dos Staphylococcus spp., respectivamente e 53,1% e 90% dos BGN. A CIM50/90 foi de 16,0 μg/mL e 64 μg/mL para Staphylococcus spp. e de 256μg/mL e >512μg/mL para BGN. Também foram detectados genes envolvidos na resistência à macrolídeos, tais como, os genes ermA, B e C em 12%, 3% e 24% dos Staphylococcus spp., respectivamente. Em relação à resistência à oxacilina, foi possível detectar um fenótipo de resistência heterogêneo sendo o teste de Ágar screen mais sensível na predição dessa resistência. O gene mecA foi detectado em 25% dos Staphylococcus spp., destes três isolados foram positivos para todos os genes do sistema mec (mecA-mecI-mecR1) e estes apresentaram resistência à oxacilina na maioria dos testes fenotípicos. Os genes do sistema regulatório para produção de β-lactamse foram investigados, tendo sido detectado apenas o gene blaZ em 9% dos isolados, os genes blaZ e blaI em 19% e os genes do sistema blaZ, blaI e blaR1em 3% dos Staphylococcus spp. Quanto aos fatores de virulência de Staphylococcus spp., 81% dos Staphylococcus spp. foram produtores de slime e destes 15% foram positivos para os genes icaA e icaD. Um total de 43% dos isolados foram hemolíticos, sendo prevalente a β-hemolisina. Os genes hla e hlb foram detectados em 48,8% dos Staphylococcus spp. hemolíticos. O gene spaA, que codifica a região X da proteína A de superfície celular, foi positivo em todos os S. aureus, e em 88,2% dos S. intermedius e 75% dos S. hyicus, apresentando amplicons de tamanhos variados, sendo o tamanho prevalente o de 300pb. A amplificação do gene coa apresentou cinco tipos polimórficos distintos, sendo prevalente o amplicon de 520pb. O gene agr foi detectado em 29% dos Staphylococcus spp.. Em apenas 5% dos Staphylococcus spp.. O gene agr apresentou regulação positiva de hemolisinas e negativa da proteína A de superfície, sugerindo a interferência de outros sistemas reguladores.

ASSUNTO(S)

processos infecciosos animais de companhia resistência antimicrobiana fatores de virulência staphylococcus spp.. medicina veterinaria infectious disease pet animals antimicrobial resistance virulence factors staphylococcus spp

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