Evidências da anomalia e atipicidade da Política de Ciência e Tecnologia nos discursos de gestores de Agências de Inovação
AUTOR(ES)
Spatti, Ana Carolina; Serafim, Milena Pavan; Dagnino, Renato Peixoto
FONTE
Sociologias
DATA DE PUBLICAÇÃO
2021-04
RESUMO
Resumo A comunidade de pesquisa, que abrange profissionais que se dedicam ao ensino, à pesquisa e/ou ao fomento e planejamento da Ciência e Tecnologia (C&T), tem uma participação hegemônica na conformação da Política de Ciência, Tecnologia (PCT) brasileira. Partindo dessa consideração, o objetivo deste trabalho é ilustrar como esses profissionais fazem valer seu modelo cognitivo no processo decisório dessa política. Para tanto, via entrevistas semiestruturadas, as falas de gestores de três agências de inovação de universidades públicas foram analisadas segundo a metodologia da análise de conteúdo. Ao fazê-lo, fortalecemos a afirmação de que a PCT é caracterizada e condicionada por duas dinâmicas: a anomalia genérica e a atipicidade periférica. A primeira dinâmica é evidenciada pela crença dos dirigentes no benefício infinito da tecnociência, de sua neutralidade e do seu determinismo. A segunda ressalta-se pela convicção na emulação da PCT dos países de capitalismo avançado, dos quais os gestores internalizam critérios de qualidade e relevância para a conformação de suas agendas de C&T. Essa racionalidade vai sendo reproduzida, de maneira ampliada e em escala institucional, na forma de percepções deslocalizadas da produção científica e tecnológica.
Documentos Relacionados
- A anomalia da política de ciência e tecnologia
- Política de Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde
- O Ministério da Saúde e a política de ciência, tecnologia e inovação em saúde
- Um novo olhar para o futuro da política brasileira de Ciência, Tecnologia e Inovação
- Avaliação da implantação da Política Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde no Brasil