Expressão de imunoproteassoma em células infectadas com Trypanosoma cruzi

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

Trypanosoma cruzi, agente etiológico da Doença de Chagas, pode persistir por muitos anos no hospedeiro mamífero, sugerindo que este parasita escapa do sistema imunológico através da regulação negativa nas vias de processamento de antígenos. Dentro da via de apresentação de antígenos intracelulares MHC classe I, a grande maioria de peptídeos antigênicos é gerada pelo proteassoma, um complexo multicatalítico responsável pela degradação intracelular de proteínas. Em vertebrados, três subunidades catalíticas b1i, b2i e b5i, cuja expressão é induzida pela citocina interferon-g (IFN-g), substituem três subunidades catalíticas constitutivas b1, b2 e b5 na partícula 20S do proteassoma, formando o imunoproteassoma. Neste trabalho, nós analisamos se a composição ou a expressão de proteassomas 20S e imunoproteassomas foi alterada em células HeLa e L6 infectadas pelo T. cruzi. Experimentos de RT-PCR e de eletroforese bidimensional comparando células controle e infectadas, com e sem tratamento com IFN-g não apresentaram diferença na composição do imunoproteassoma ou na expressão de suas subunidades em ambos os tipos celulares. No entanto, as atividades símile tripsina e símile quimotripsina do proteassoma foram 2,5 e 3,6 vezes maiores nas células infectadas com T. cruzi, do que nas células não infectadas. Entretanto, o nível de expressão protéica das subunidades b1i e b2i do imunoproteassoma foi reduzido quase pela metade em células HeLa infectadas com T. cruzi e tratadas posteriormente com IFN-g por 24 h. Este resultado sugere que a formação do imunoproteassoma é inibida em células infectadas pelo T. cruzi com posterior tratamento com IFN-g, por um mecanismo de regulação traducional das subnidades induzidas.

ASSUNTO(S)

biologia molecular doença de chagas trypanosoma cruzi

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