Filogenia e diversidade genética do gênero Cunila D.Royen ex L.,(Lamiaceae)

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

O gênero Cunila D. Royen ex L. (Lamiaceae) encontra-se na América de forma disjunta, apresentando dois centros de distribuição de espécies, um na América do Norte e outro na América do Sul o qual apresenta três seções: Incanae, Incisae e Spicatae. As espécies do gênero Cunila são usadas na medicina popular com várias finalidades, o óleo essencial destas espécies apresenta atividades sobre microorganismos patogênicos e insetos. Os resultados obtidos neste trabalho, a partir do seqüenciamento de regiões nucleares e plastidiais, contribuem para elucidar a história evolutiva deste gênero, sendo este o primeiro relato filogenético para o gênero Cunila. Baseado nos resultados fortemente apoiados pelos diversos tratamentos estatísticos se pode observar a parafilia do gênero Cunila, sugerindo-se ainda a união de duas seções geneticamente muito similares, as seções arbustivas Incanae e Incisae. Paralelamente a este estudo, os marcadores moleculares ISSR foram aplicados visando contribuir para a classificação das espécies Sul-Americanas. Os resultados obtidos apontam para a separação destas espécies em dois grupos: arbustos e subarbustos, reforçando os resultados referentes à análise filogenética do gênero. O grupo de espécies arbustivas foi formado pelas seções Incanae e Incisae, enquanto que o grupo subarbustivo foi formado pela seção Spicatae. Os marcadores moleculares ISSR foram empregados, igualmente, no estudo de variabilidade genética dentro e entre populações de Cunila menthoides. Cada população foi caracterizada como um "pool" gênico distinto correspondendo a sua distribuição geográfica, apresentando baixa variabilidade intrapopulacional, e indicando que cada população é derivada de um limitado número de plantas com baixa troca gênica entre as populações. Diferentes populações de C. menthoides foram sujeitas à hidrodestilação por arraste a vapor e seu óleo essencial analisado em GS e GS-MS. Dois diferentes quimiotipos foram observados: pulegona e linalol, sendo que alguns indivíduos apresentaram variações relativas entre as percentagens de pulegona e mentona. Na rota biossintética dos monoterpenos, pulegona pode ser reduzido a mentona, pela ação da enzima pulegona redutase (PR). A alta ou baixa expressão da PR pode resultar no respectivo aumento ou diminuição de produção de mentona ou pulegona. O quimiotipo linalol foi formado unicamente por uma população, enquanto que todas as outras populações estudadas integraram o grupo caracterizado por pulegona. A seção Incanae é composta por uma única espécie: Cunila incana. A análise de seu óleo essencial demonstrou alta percentagem de sesquiterpenos, não sendo esta uma característica do gênero, sendo que todas as pesquisas realizadas com óleos essenciais de outras espécies do gênero indicaram altas concentrações de monoterpenos, e por conseqüência, poucos compostos sesquiterpênicos. Os resultados obtidos contribuem para o conhecimento químico e genético deste gênero com enorme potencial aromático e medicinal, o qual possui ampla distribuição no Rio Grande do Sul.

ASSUNTO(S)

genetica vegetal lamiaceae teses

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