Fosfito de potássio no controle de doenças pós-colheita em bagas de uva ´Itália´ e possíveis mecanismos de ação à Rhizopus stolonifer
AUTOR(ES)
Rafaela Carolina Constantino Roma
FONTE
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
DATA DE PUBLICAÇÃO
2014
RESUMO
A ocorrência de doenças em uvas de mesa gera perdas desde o cultivo até a comercialização, o que afeta diretamente o potencial de exportação do Brasil. A prevenção na realização de injúrias nos frutos é essencial para garantir a eficácia dos tratamentos aplicados tanto em pré- quanto em pós-colheita. Visando o emprego de produtos alternativos que auxiliem no manejo sustentável da cultura, o fosfito de potássio encontra-se como ferramenta útil. O efeito do fosfito no controle de doenças causadas por oomicetos já foi relatado, porém, como este ingrediente ativo atua sobre microrganismos do reino Fungi ainda é desconhecido. Neste contexto, este trabalho teve como objetivo avaliar o fosfito de potássio no controle das doenças podridão mole, mofo cinzento e podridão da uva madura, causadas por Rhizopus stolonifer, Botrytis cinerea e Colletotrichum gloeosporioides, respectivamente, em bagas de uva ´Itália´ e seus efeitos na qualidade físico-química dos frutos. Também objetivou-se estudar os mecanismos de ação envolvidos na inibição do desenvolvimento do micélio de R. stolonifer na presença do produto e na indução de respostas de defesa em bagas de uva. Foram realizados ensaios in vitro para avaliação do efeito do fosfito sobre o crescimento micelial, esporulação e germinação dos esporos para R. stolonifer, B. cinerea e C. gloeosporioides. Experimentos utilizando-se de bagas foram conduzidos, visando avaliar o efeito no uso do fosfito como fungicida produtor ou curativo para os três patógenos. Cachos foram utilizados para se determinar os efeitos da aspersão do fosfito sobre a qualidade físico-química dos frutos. Para avaliação dos mecanismos de ação do fosfito sobre o micélio de R. stolonifer, foram determinados os efeitos sobre a permeabilidade da membrana plasmática, a síntese de parede celular e a síntese de proteínas. A atividade de guaiacol peroxidase e de compostos fenólicos totais foi determinada em bagas de uva tratadas ou não com fosfito. Houve inibição do crescimento micelial, da esporulação e da germinação dos esporos dos patógenos desenvolvidos em diferentes concentrações de fosfito de potássio. O tratamento protetor e curativo das bagas evidenciou reduções significativas na área abaixo da curva de progresso das doenças estudadas. Não houve efeito do produto sobre a qualidade físico-química dos cachos de uva. Quanto aos mecanismos de ação, foram observados efeitos do fosfito sobre a permeabilidade de membrana, devido à elevada perda de eletrólitos do micélio. O fosfito proporcionou elevação na síntese de proteínas totais no micélio do patógeno e redução na atividade de ?-1,3- glucanase e quitinase, que são enzimas relacionadas à síntese de parede. A atividade de guaiacol peroxidase e a concentração de compostos fenólicos totais não aumentou com a aplicação do fosfito nas bagas. Desta forma, pode-se concluir que o fosfito de potássio controlou a podridão mole, o mofo cinzento e a podridão da uva madura e não teve efeito sobre a qualidade físico-química dos frutos. Ainda, o fosfito atuou sobre a permeabilidade de membrana, síntese de proteínas e de parede celular do micélio de R. stolonifer e não proporcionou indução da atividade de guaiacol peroxidase e compostos fenólicos totais em bagas de uva.
ACESSO AO ARTIGO
https://doi.org/10.11606/T.11.2014.tde-21032014-160753Documentos Relacionados
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