Frequência de desordens temporomandibulares em escolares adolescentes e associação com a qualidade do sono
AUTOR(ES)
Patricia Vieira dos Santos Mazzuca Drabovicz
FONTE
IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia
DATA DE PUBLICAÇÃO
17/12/2010
RESUMO
As DTMs são definidas como um conjunto de condições dolorosas e/ou disfuncionais, que envolvem os músculos da mastigação e/ou as articulações temporomandibulares (ATM). A sua prevalência é elevada, variando entre 21,3% e 88% dependendo da população estudada. Este estudo determinou a frequência de DTM e investigou sua possível relação com a qualidade do sono em adolescentes escolares de 18 e 19 anos. Trata-se de um estudo observacional transversal realizado em 200 adolescentes do gênero feminino e masculino, estudantes do ensino médio. O diagnóstico das desordens temporomandibulares foi obtido por meio do Research Diagnostic Criteria for Temporomandibular Disordens Axis I - RDC/TMD (Critérios de Diagnóstico para Pesquisa das Desordens Temporomandibulares Eixo I). A concordância intraexaminador apresentou coeficiente Kappa de 0,867. A avaliação do sono foi realizada pela versão em português-BR do Pittsburgh Sleep Quality Índex-PSQI (Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh). Para a análise dos dados, utilizou-se o programa para microcomputador SPSS Windows 18.0 e se incluiu a distribuição de frequência e testes de associação. Para a análise multivariada, foi utilizado o teste do Qui- Quadrado e o t de Student. Verificou-se que as DTMs estiveram presentes em 71 adolescentes estudados (35,5%), os diagnósticos musculares foram encontrados em 9,5% e deslocamento de disco articular com redução e sem redução em 8,5% e 11,5 %, respectivamente. Nenhum adolescente apresentou deslocamento de disco sem redução com abertura de boca limitada. Artralgia esteve presente em 7,5% dos estudantes, osteoartrite da ATM em 0,5% e osteoartrose da ATM em 1,5%. Encontrou-se uma associação estatisticamente significativa entre o gênero feminino e presença de DTMs (p<0,001, OR 2,73 com IC 95% 1,5 - 4,98). Sono de qualidade ruim foi encontrado em 41% dos adolescentes. A média do escore total dos participantes diagnosticados com DTMs, obtida com o PSQI, foi de 7,34 e a dos participantes sem DTMs foi de 4,76, o que representa uma diferença estatisticamente significativa (p<0,001). Verificou-se, ainda, que os meninos apresentam maior chance de terem sono de melhor qualidade em relação às meninas (p<0,001, OR=3,62 com IC 95% 2,0 6,56). A média do escore total do PSQI foi de 6,5 para as meninas e 4,9 para os meninos e a diferença entre as médias também se mostrou significativa (=5%). A frequência de DTMs foi alta nos adolescentes avaliados e os diagnósticos de deslocamento de disco articular foram mais frequentes. Além disso, a presença da dor em adolescentes com DTMs deve ser considerada um importante problema clínico. A ocorrência de um sono de qualidade ruim foi elevada na população estudada. Os resultados demonstram uma importante associação entre gênero feminino, problemas de sono e a ocorrência de desordens temporomandibulares, mas se sugere que esses sejam utilizados para identificar uma tendência a ser confirmada em estudos futuros.
ASSUNTO(S)
pediatria. pediatria teses. transtornos da articulação temporomandibular decs sono decs adolescente decs estudos observacionais decs estudos transversais decs qualidade de vida decs transtornos do sono decs dissertação da faculdade de medicina da ufmg.
ACESSO AO ARTIGO
http://hdl.handle.net/1843/BUOS-8LBQ4WDocumentos Relacionados
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