Gênero: representação cognitiva e enfrentamento da dor central decorrente de acidente vascular encefálico / Gender: cognitive representation and coping with central post-stroke pain
AUTOR(ES)
Mariana Nogueira
DATA DE PUBLICAÇÃO
2011
RESUMO
A dor central decorrente de acidente vascular encefálico (AVE) por ser intensa e persistente, gera repercussões físicas, sociais, psicológicas e financeiras. Foram evidenciadas diferenças de gênero quanto aos aspectos sensoriais, fisiológicos, afetivos, sociais, culturais, cognitivos e comportamentais relacionados à dor. No entanto, há poucas pesquisas sobre gênero e dor e não existe consenso sobre diferenças entre homens e mulheres quanto à representação cognitiva e processos de enfrentamento da dor. Os objetivos da pesquisa foram: identificar e comparar os processos de enfrentamento de homens e mulheres com dor central decorrente de AVE; averiguar e comparar as representações cognitivas que homens e mulheres têm da sua dor e relacionar representações cognitivas e enfrentamento da dor. Foi realizada no Centro de Dor da Divisão de Clínica Neurológica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Participaram do estudo 50 sujeitos, sendo 25 homens e 25 mulheres com dor central causada por AVE isquêmico ou hemorrágico, com duração de pelo menos 3 meses, idade igual ou superior a 30 anos e escolaridade mínima de 4 anos. Foram excluídos indivíduos com déficits cognitivos, de linguagem e com presença de sintomas psicóticos. Os sujeitos responderam um inquérito sobre dados demográficos e clínicos, Escala Visual Analógica (EVA), Escala Modos de Enfrentamento de Problemas (EMEP), uma pergunta aberta pertencente à EMEP, Questionário de Percepção da Doença Revisado (QPD-R) e Inventário de Depressão de Beck (IDB). Dos 50 sujeitos, 20 (10 homens e 10 mulheres) foram sorteados aleatoriamente para participar de entrevista semi-dirigida e do Procedimento Desenho-Estória com Tema. A estratégia Distrair a Atenção foi referida como a mais utilizada pelos sujeitos de ambos os grupos; as mulheres revelaram utilizar mais do que os homens as estratégias Busca de Práticas Religiosas e Pensamentos Fantasiosos da EMEP e Realizar Práticas Espirituais e Religiosas da questão aberta da EMEP; utilizar número maior de estratégias de enfrentamento em relação aos homens; associar mais do que os homens o Estado Emocional como causa da dor no QPD-R e o Fator Emocional como causa da dor na entrevista semi-dirigida. Verificou-se relação entre associar o Fator Emocional como causa da dor e utilizar a estratégia de enfrentamento Controlar as Emoções, perceber fatores internos como causa da dor e usar estratégias de enfrentamento Centradas na Emoção e referir aumento da intensidade da dor e utilizar estratégias de enfrentamento Centradas na Emoção. Os resultados apresentados podem contribuir para o tratamento de indivíduos com dor crônica
ASSUNTO(S)
acidente vascular encefálico chronic pain cognição cognition coping dor dor crônica enfrentamento gender identity identidade de gênero pain stroke
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