Geocronologia e aspectos estruturais e petrológicos do Pluton Bravo, Domínio Central da Província Borborema, Nordeste do Brasil: um granito transalcalino precoce no estágio pós-colisional da Orogênese Brasiliana
AUTOR(ES)
Lages, Geysson de Almeida, Marinho, Marcelo de Souza, Nascimento, Marcos Antonio Leite do, Medeiros, Vladimir Cruz de, Dantas, Elton Luiz
FONTE
Braz. J. Geol.
DATA DE PUBLICAÇÃO
2016-03
RESUMO
RESUMO: O Pluton Bravo (no Estado da Paraíba) constitui um stock elipsoidal formado por monzo/sienogranitos porfiríticos, enclaves dioritos e zonas híbridas. Está intrudido em gnaisses migmatíticos paleoproterozoicos do Domínio Central da Província Borborema. Os sienogranitos são metaluminosos a levemente peraluminosos, e exibem altas razões de K2O/Na2O > 1,5 e FeOt/(FeOt + MgO) > 0,86. Os dioritos possuem alto conteúdo de Zr (> 1.134 ppm), TiO2 ~ 1,6% e Nb > (49 ppm). As razões (LaN/YbN)N estão entre 14 e 19,4, e (Eu/Eu*)N, entre 0,31 e 0,37. As rochas do Pluton Bravo são moderadamente fracionadas com picos em La, Zr e forte depressão em P, Ti e menor em Sr. Os dados plotam no campo discriminante de granitos pós-tectônicos/intraplaca. As estimativas de pressão (4,4 a 6,0 Kbar) baseadas no conteúdo de Alt em anfibólio sugerem posicionamento do pluton na crosta superior a média. A temperatura do liquidus de acordo com o conteúdo de Zr e SiO2 oscilou entre 847 e 893°C, e a de cristalização, calculada pelo par anfibólio-plagioclásio, entre 581 e 785°C. Exibem idades-modelo TDM = 2,35 a 2,18 e εNd (580 Ma) = -18,32 a -17,03. A idade U-Pb (LA-MC-ICP-MS U-Th-Pb em zircão) indica cristalização ao redor de 581 ± 2 Ma. A relação entre a idade de cristalização (~ 580 Ma), as características químicas de granito tipo-A, idades-modelo Sm-Nd maiores que 2,1 Ga e a associação com regime tectônico transcorrente contrastam com outros granitos similares, porém ligeiramente mais novos (~ 570 Ma), que ocorrem nos Domínios Central, Rio Grande do Norte e no leste da Nigéria. Isso sugere que a transição do regime compressional para direcional/componente extensional precedeu no caso deste corpo evidenciando o caráter episódico e diacrônico da Orogênese Brasiliana. Conclui-se que o Pluton Bravo constitui um bom exemplo de magmatismo pós-colisional transalcalino no Domínio Central, que, com outros exemplos no Domínio Rio Grande do Norte e no leste da Nigéria, sugere um afinamento convectivo da litosfera subcontinental entre 580 e 570 Ma durante a consolidação do Supercontinente Gondwana.
ASSUNTO(S)
granitos ferrosos geocronologia mistura de magmas afinamento convectivo litosfera subcontinental.
Documentos Relacionados
- Evolução petrológica do magmatismo pós-colisional precoce da idade neoproterozóica do sul do Brasil: a suíte Paulo Lopes, SC
- Geoquímica do Plúton Serra das Melancias, Suíte Serra da Aldeia: um clássico granito pós-colisional de alto Ba-Sr na Faixa Riacho do Pontal, NE Brasil
- Estudo isotópico aplicado a caracterização geotectônica do domínio pernambuco-alagoas oeste, província borborema, Região Nordeste do Brasil
- Estudo isotópico aplicado a caracterização geotectônica do domínio Pernambuco-Alagoas oeste, província Borborema, região nordeste do Brasil.
- Maciço de Cara Suja: Expressão do Magmatismo Alcalino Potássico Pós-Colisional no Sudoeste da Bahia