Germinação, crescimento e cumarinas em Copaifera langsdorffii desf
AUTOR(ES)
Marcelo Polo
DATA DE PUBLICAÇÃO
1993
RESUMO
Neste trabalho foram estudados diversos aspectos envolvendo o fruto, a semente e plântulas de Copaifera langsdorffii. Foram coletados frutos em diferentes estádios de desenvolvimento, de árvores crescidas em ambiente de mata, das quais foram retiradas as sementes. Também foi acompanhado o crescimento das sementes. Sementes maduras destas arvores e de arvores crescidas em ambiente de cerrado foram comparadas quanto à germinação em diferentes condições de temperaturas e fotoperíodo, assim como quanto ao conteúdo de substâncias cumarínicas. Também foi acompanhado o crescimento de plântulas oriundas de sementes da mata e do cerrado e dosada a quantidade de substancias cumarínicas nos órgãos destas plântulas. C. langsdorffii floresceu entre dezembro e março. A partir de fevereiro já podiam ser vistos frutos jovens, que cresceram até fins de setembro quando se iniciou a dispersão das sementes. Ao longo de 5 meses (de abril a setembro), o crescimento dos frutos e das sementes foi acompanhado através de coletas quinzenais. Em dez coletas feitas em 6 árvores, foram analisados 873 frutos, dos quais apenas 584 (66,9%) continham sementes sadias. Os demais continham sementes atacadas por larvas de inseto (21,5%) ou mortas (11,6%). Frutos e sementes sadios foram medidos para a análise de crescimento. De acordo com o peso, os frutos foram classificados em 12 classes e as sementes em 38 classes. Do primeiro estádio analisado até a época de dispersão, o comprimento médio dos frutos variou em 50,9% a largura 58,3% e a espessura 292,2% . Este maior aumento da espessura deveu-se, principalmente, ao crescimento da semente. O peso médio de matéria úmida do fruto variou de 742 a 6902mg no período. Foi demonstrada a existência de uma correlação direta e positiva entre o produto dos valores das 3 dimensões e o peso de matéria úmida dos frutos. As sementes tiveram um aumento médio de comprimento em 219,66%, da largura em 225,34% e da espessura em 705,12%. O peso médio da matéria úmida variou de 46,38 a 3002,49, dos quais o arilo correspondia, respectivamente, cerca de 52,4 a 39,3% enquanto o peso médio da matéria seca variou de 2,40 a 572,12mg, dos quais o arilo correspondia, respectivamente, cerca de 240,8 a 49,9%. A umidade das sementes variou cerca de 89% nos primeiros estádios a 59% na época da dispersão. As sementes também apresentam uma correlação direta e positiva entre o produto e suas dimensões e o peso da matéria úmida. A germinação das sementes de cerrado ocorreu a porcentagens elevadas nas temperaturas contínuas de 15, 20, 25 e 30ºC, não germinando a 35ºC, enquanto a de mata diferiram por apresentarem germinação baixa à temperatura de 15ºC. Em temperaturas alternantes e fotoperíodo de 12 horas a germinação também foi elevada entre 25-15, 25-20, 30-20 e 30-25ºC para as sementes de cerrado. As de mata germinaram menos nas alternantes 25-15ºC. A exsudação de cumarina das sementes de C. langsdorffii inibiu a germinação de sementes de alface e de picão-preto. A longevidade das sementes de C. langsdorffi pode ser estendida por mais de 36 meses quando armazenadas em câmara fria a 4ºC. O crescimento das plântulas de sementes de cerrado e de mata não difere entre si em relação à altura, área foliar e pesos de matéria úmida e seca. Apresentam, porém uma elevada correlação entre a altura e área foliar. A quantidade de óleo presente no pericarpo chega ser de 180mg (17% do peso da matéria seca). A cumarina e umbeliferona estão presentes nas sementes imaturas e maduras e nas plântulas de C. langsdorffii. A quantidade de cumarina presente nas sementes imaturas de mata aumenta com o aumento do tamanho e peso da semente, chegando a corresponder a mais de 6% do peso de matéria seca. O mesmo ocorre com a umbeliferona, porém com valores muito menores que os de cumarina. Nas sementes maduras a cumarina está presente na concentração de 0,63% nas sementes de mata e 0,52% nas sementes de cerrado. As plântulas apresentam cumarina nas raízes, parte aérea e cotilédones. A quantidade de cumarina presente nos cotilédones diminui à medida que aumenta no eixo embrionário
ASSUNTO(S)
comunidades vegetais ecologia vegetal cesalpiniacea cumarinas
ACESSO AO ARTIGO
http://libdigi.unicamp.br/document/?code=vtls000072039Documentos Relacionados
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