Gradiente estrutural no componente arbóreo e relação com inundações em uma floresta ribeirinha, rio Uruguai, sul do Brasil

AUTOR(ES)
FONTE

Acta Botanica Brasilica

DATA DE PUBLICAÇÃO

2008-09

RESUMO

O objetivo do presente estudo foi realizar uma análise exploratória de padrões estruturais e de diversidade, relacionando-os com variáveis ambientais em uma área de floresta ribeirinha. A amostra 100 unidades amostrais (UAs), foi alocada nas margens do rio Uruguai, Parque Estadual do Turvo, Rio Grande do Sul (27º09' S e 53º53' W). Todos os indivíduos arbóreos com PAP >15 cm foram registrados. Para a descrição da vegetação foram estimados os principais parâmetros fitossociológicos, além do índice de diversidade de Shannon. Foram mensuradas variáveis ambientais edáficas, topográficas e a cobertura do dossel. As relações entre a abundância das espécies nas UAs e as variáveis ambientais foram avaliadas por meio de análises de correspondência canônica - CCA e CCA "parcial". Foram encontradas 82 espécies pertencentes a 30 famílias. A CCA exibiu um gradiente vegetacional nítido, relacionado hierarquicamente com a cota de elevação e, assim, com a suscetibilidade à inundação dos diferentes sítios. Três grupos de UAs foram delimitados por análise de agrupamento em função da cota de elevação e conseqüentemente suscetibilidade às inundações. Entre os grupos ocorreram diferenças estruturais, com maior área basal e altura máxima medianas nos sítios de elevação intermediária. A seletividade causada pelas inundações freqüentes sobre a composição de espécies modela a estrutura das áreas baixas, sendo a ausência de um dossel florestal típico, com no mínimo 10 m de altura, a característica mais expressiva. As áreas altas assemelham-se estruturalmente à floresta de interflúvio, compondo um trecho de transição. A diversidade medida pela riqueza específica e pelo índice de Shannon foi maior para áreas de elevação média, correspondendo com modelos existentes que associam a presença de um regime de distúrbios moderado, que gera maior heterogeneidade ambiental e, assim, diversificação de oportunidades para as espécies.

ASSUNTO(S)

análise de correspondência canônica parcial autocorrelação espacial floresta estacional parque estadual do turvo topografia

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