Hiperatividade simpática e arritmias no tétano: análise eletrocardiográfica
AUTOR(ES)
Henriques Filho, Gustavo Trindade, Lacerda, Heloisa Ramos, Albuquerque, Afonso, Ximenes, Ricardo Arraes de Alencar
FONTE
Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo
DATA DE PUBLICAÇÃO
2007-02
RESUMO
Com os avanços no controle da insuficiência respiratória no tétano, o sistema cardiovascular tem participado de forma crescente na morbidade e mortalidade da doença, mas o conhecimento dessas complicações é escasso. No intuito de detectar arritmias e hiperatividade simpática, o holter de 24 h foi utilizado em 38 pacientes com tétano admitidos numa UTI de doenças infecciosas. O índice SDNN (desvio standard dos intervalos normais R-a-R), foi útil na detecção do tônus adrenérgico, e variou de 64,1 ± 27 nas formas mais severas de tétano a 125 ± 69 nas formas mais leves. Hiperatividade simpática ocorreu em 86,2% das formas mais severas da doença, mas também foi identificada em 33% das formas leves. Cerca da metade dos pacientes tiveram sua hiperatividade simpática detectada apenas pelo Holter. As arritmias mais freqüentes foram extrassístoles isoladas, do tipo supraventriculares (55,2%) ou ventriculares (39,4%). Não houve associação das arritmias com a forma clínica do tétano ou com a presença de hiperatividade simpática. O presente estudo demonstrou que importantes alterações cardiovasculares, particularmente a hiperatividade simpática, ocorrem em todas as formas de tétano, mesmo as mais leves. Estas alterações não estão sendo detectadas pelos métodos tradicionais de monitorização em UTI, podendo resultar em falhas na abordagem terapêutica.
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