Impactos da construção do Porto de Suape sobre a comunidade fitoplanctônica no estuário do rio Ipojuca (Pernambuco-Brasil)
AUTOR(ES)
Koening, Maria Luise, Eskinazi-Leça, Enide, Neumann-Leitão, Sigrid, Macêdo, Silvio José de
FONTE
Acta Botanica Brasilica
DATA DE PUBLICAÇÃO
2002-10
RESUMO
A construção do Complexo Industrial Portuário de Suape, entre os anos de 1979/84, modificou as características ecológicas da área, sendo os maiores impactos observados no estuário do rio Ipojuca. Visando avaliar a ação desses impactos sobre a comunidade fitoplanctônica através da comparação com estudos realizados antes na área, foram analisadas amostras de plâncton coletadas em uma estação, durante um ciclo de 24 horas, nos períodos chuvoso (agosto/90) e seco (janeiro/91). As amostras foram coletadas pela técnica do fracionamento e com rede de plâncton de 65µm de abertura de malha. Coletas de parâmetros hidrológicos foram realizadas concomitantemente. Foram identificados 97 táxons, destacando-se como espécies muito freqüentes nos períodos chuvoso e seco: Gyrosigma balticum, Oscillatoria princeps, Chaetoceros lorenzianus, Climacosphenia moniligera e Licmophora abbreviata. A densidade fitoplanctônica variou entre 142.000 cels.l-1 a 1.789.000 cels.l-1 predominando a fração do nanofitoplâncton. O maior florescimento ocorreu no período seco, nos horários de maior insolação e maré enchente. A diversidade específica foi alta (> 3 bits.cel.l-1) explicada pela heterogeneidade ambiental. A comunidade fitoplanctônica apresentou mudanças quali-quantitativas após a implantação do Porto. Agora, predominam espécies marinhas litorais, devido à pequena profundidade e elevado hidrodinamismo na área e um decréscimo de 70% na densidade celular, ao contrário do que ocorria antes da construção do Porto, quando foi detectado a maior ocorrência de espécies marinhas planctônicas e maior número de células/litro.
ASSUNTO(S)
fitoplâncton ecologia variação nictemeral impacto
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