Impactos do pisoteio humano na fauna de um costão rochoso do litoral de São Paulo, no sudeste brasileiro
AUTOR(ES)
Ferreira, MN., Rosso, S.
FONTE
Brazilian Journal of Biology
DATA DE PUBLICAÇÃO
2009-11
RESUMO
O aumento da atividade turística em áreas costeiras nas últimas décadas faz necessária a adoção de estratégias de manejo para reduzir os impactos gerados às comunidades de costões rochosos. A região costeira do sudeste brasileiro possui bons exemplos de degradação causada pelo turismo e desenvolvimento industrial. Dentre os diferentes distúrbios causados pela visitação, o pisoteio têm sido estudado de forma intensa e pode representar uma fonte significativa de impactos para as comunidades da zona entre-marés. Neste projeto, foi aplicado um desenho de blocos randômicos para se avaliar experimentalmente os efeitos de duas intensidades de pisoteio na riqueza, diversidade, densidade, recobrimento e biomassa da fauna de um costão situado na praia do Obuseiro, no município do Guarujá, São Paulo, Brasil. Os blocos foram alocados em dois povoamentos diferentes, dominados respectivamente por Chthamalus bisinuatus (Cirripedia) e Isognomon bicolor (Bivalvia). O pisoteio foi aplicado durante três meses, simulando a temporada de férias no Brasil, e os blocos foram monitorados nos nove meses seguintes. Os resultados indicaram que Chthamalus bisinuatus é vulnerável aos impactos do pisoteio. Os índices de riqueza, diversidade e turnover apresentaram uma tendência ao aumento nas áreas pisoteadas quatro meses após o término do pisoteio. No geral, os resultados concordam com estudos anteriores e sugerem que mesmo baixas intensidades do distúrbio podem causar impacto às comunidades bentônicas. Estratégias de manejo devem envolver o isolamento de áreas sensíveis, a construção de passarelas, a educação dos visitantes e o monitoramento das comunidades impactadas. No Brasil, a realização de maior quantidade de estudos experimentais é necessária para a melhor compreensão dos impactos do pisoteio nas comunidades de costões rochosos.
ASSUNTO(S)
costão rochoso comunidades intertidais pisoteio impactos turísticos
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