Indução imunológica com timoglobulina: redução no número de doses em transplante de rim com doador falecido
AUTOR(ES)
Moura, Lucio Roberto Requião, Tonato, Eduardo José, Ferraz, Érika Arruda, Filliponi, Thiago Corsi, Chinen, Rogério, Matos, Ana Cristina Carvalho, Silva, Maurício Rodrigues Fregonesi da, Durão, Marcelino de Souza, Pacheco-Silva, Alvaro
FONTE
Einstein (São Paulo)
DATA DE PUBLICAÇÃO
2011-03
RESUMO
RESUMO Objetivo: Comparar três regimes diferentes de indução com timoglobulina. Métodos: Cento e setenta e dois pacientes submetidos a transplante de rim com doador falecido foram divididos em três grupos, de acordo com o número total de doses de timoglobulina utilizada no pós-operatório: Grupo 1, até 14 doses - Maio de 2002 a Junho de 2004 (n = 48); Grupo 2, até 7 doses - Julho de 2004 a Dezembro de 2006 (n = 57); Grupo 3, até 4 doses - Janeiro de 2007 a Julho de 2009 (n = 67). Os três grupos foram comparados de acordo com os principais desfechos. Resultados: As principais diferenças demográficas entre os três grupos foram: tempo em diálise, que foi maior no Grupo 3 (p < 0,001 para o Grupo 1; p = 0,04 para o Grupo 2); idade do doador, maior nos Grupos 2 e 3 (p = 0,02; p = 0,01, respectivamente); e o tempo de isquemia fria, progressivamente maior do Grupo 1 ao 3: 19,5 ± 5,1 para 24,6 ± 5,7 horas (p < 0,001). Em relação ao inibidor de calcineurina utilizado, a relação entre Tac/Csa foi de 14,6/66,7% no Grupo 1, 78,9/12,3% no Grupo 2 e de 100/0% no Grupo 3. Refletindo o aumento no tempo de isquemia fria, a incidência de delayed graft function foi de 64,6%, 68,4% e 82,1% nos Grupos 1, 2 e 3, respectivamente (p = ns). A incidência de rejeição aguda foi semelhante nos três grupos: 16,7% (1), 16,3% (2) e 16,4% (3) - p = ns. A prevalência de viremia para citomegalovírus foi de 61.7% no Grupo 1; 66,1% no Grupo 2; e 83,3% no Grupo 3 (p = ns). Não houve diferenças quanto ao número de células infectadas com o citomegalovírus na antigenemia, de acordo com os grupos; entretanto, os pacientes do Grupo 3 tiveram diagnostico mais precoce: de 64,3 ± 28,5 dias no Grupo 2, para 47,1 ± 22,5 dias no Grupo 3 (p < 0,001). A sobrevida do enxerto em um ano foi de 89,6%, 92,9% e 91,0%, nos Grupos 1, 2 e 3, respectivamente (p = ns). A função do enxerto foi substancialmente melhor com menor número de doses de timoglobulina: Grupo 1: 57,0 ± 20,0 mL/min; Grupo 2: 67,0 ± 18,4 mL/min (p = 0,008); Grupo 3: 71,2 ± 18,4 mL/min (p < 0,001, Grupo 1 versus Grupo 3; p = 0,06, Grupo 1 versus Grupo 2). Houve uma redução significativa no custo do protocolo de indução de U$ 7.567,02 para U$ 3.485,56 (p < 0,001). Conclusão: O número total de doses de timoglobulina para indução imunológica pôde ser reduzido de forma segura e eficaz, sem impacto negativo na incidência de rejeição ou sobrevida do enxerto, com preservação da função renal, sendo significativamente mais barato.
ASSUNTO(S)
anticorpos/administração & dosagem sistema imunológico/efeito de drogas rejeição de enxerto sobrevida
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