Invariância ao contraste no wulst visual da coruja-buraqueira, Athene cunicularia

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

06/07/2011

RESUMO

A seletividade à orientação é uma propriedade chave dos neurônios no córtex visual primário (V1). Apesar dos 50 anos de consideráveis esforços em pesquisas, os mecanismos subjacentes a esta propriedade ainda são temas de discussões. O fato de a seletividade à orientação ser mantida apesar de amplas variações no contraste do estímulo, fenômeno denominado como invariância ao contraste, é considerado uma parte essencial nas evidências experimentais que limitam os possíveis modelos de seletividade. No presente estudo, nós investigamos se a invariância ao contraste é também presente em um modelo que é evolutivamente distante, embora funcionalmente comparável, de V1, chamado de wulst visual da coruja. Um total de 76 células foram isoladas em 5 corujas-buraqueiras alertas (Athene cunicularia), usando técnicas padrões de registros extracelulares. Os estímulos utilizados eram grades senoidais variando em contraste (10%, 30% e 90%) e direção do movimento (n=16, 22,5° passos). As curvas de seletividade à orientação/direção foram caracterizadas com ajustes por meio da soma de duas funções von Mises à média das respostas usando métodos interativos padrões de mínimos quadrados. Nós encontramos pequenas, porém significativas, alterações na média das larguras de banda (LB), ao aumentar o contraste. Este efeito, entretanto, não é compatível com o conceito do efeito iceberg (alargamento da largura de banda devido a um aumento no potencial de membrana) uma vez que não foram encontradas correlações positivas entre o ganho da LB e o ganho da resposta. Não há mudanças significativas na orientação preferida e uma mudança muito modesta foi encontrada na reescala das curvas. Também encontramos que a seletividade à direção não é invariante ao contraste. Células não-direcionais em altos contrastes significativamente aumentam suas taxas de reposta para uma direção específica do movimento quando estimulada em baixos contrastes. Tomados em conjunto, nossos resultados indicam que o contraste tem um pequeno impacto na precisão das curvas de seletividade a orientação. Os desafios futuros consistem em entender as implicações funcionais de tais achados

ASSUNTO(S)

coruja teses. telencéfalo teses. cérebro evolução teses. fisiologia teses.

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