Jornalismo, democracia e golpe: a crise de 1955 nas páginas do Correio da Manhã e de O Estado de S. Paulo
AUTOR(ES)
Biroli, Flávia
FONTE
Revista de Sociologia e Política
DATA DE PUBLICAÇÃO
2004-06
RESUMO
Neste trabalho discutimos aspectos do debate político que se deu na segunda metade dos anos 1950, representativo de um conjunto de práticas que ultrapassam aquele momento da história brasileira; concentramo-nos, sobretudo, na crise em torno da eleição e da posse de Juscelino Kubitschek e João Goulart, ocorrida em 1955, visualizada a partir de textos publicados nos jornais Correio da Manhã e O Estado de S. Paulo, que ocuparam lugares opostos durante a crise. Interessa-nos aqui explicitar elementos de continuidade no período 1946-1964, entre o que destacamos práticas por meio das quais se evidenciou um desprezo pela política em seus elementos de confronto e luta, acompanhado de uma difundida descrença nos processos eleitorais e na capacidade de discernimento da população. Ressaltamos, sobretudo, duas temáticas: 1) o papel das massas na política, com sua correspondente crítica às elites e ao "atual estado" da democracia no país, vista como falha e/ou incompleta e 2) as funções atribuídas ao jornalismo diante desse diagnóstico recorrente. Nossas considerações acerca dos posicionamentos dos dois jornais inserem-se nessa problemática, que impõe considerações sobre as superposições e entrelaçamentos entre liberalismo e autoritarismo, democracia e golpe.
ASSUNTO(S)
jornalismo democracia golpe liberalismo autoritarismo brasil anos 1950
Documentos Relacionados
- O Estado de S. Paulo e a defesa da democracia liberal (1938- 1940)
- Jornalismo, Democracia e Educação: algumas reflexões sobre o Jornalismo Cívico
- O governo JoÃo Goulart nas pÃginas da Folha de S. Paulo
- O governo João Goulart nas páginas da Folha de S. Paulo
- Caleidoscópio político: as representações do cenário internacional nas páginas do jornal O Estado de S. Paulo (1938-1945)