Junto e misturado : imanência e transcendência no PCC

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

O Primeiro Comando da Capital (PCC), coletividade originada em prisões paulistas na década de 1990, sofreu profundas transformações com a adição da "Igualdade" aos seus "ideais". Esta incorporação instaurou uma tensão que infiltra e percorre as capilaridades do PCC, implicando formações e supressões simultâneas de focos de poder, ao lado de construções e dissoluções simultâneas de hierarquias. Diversos mecanismos e estratégias passaram a ser acionados para a construção de um "Comando" entre "iguais", instaurando tensões em toda sua dimensão política. Este trabalho aborda o modo de funcionamento do PCC a partir da descrição de diversos planos por meio dos quais sua política é operada. Um destes planos refere-se ao PCC como uma força transcendente, cuja abordagem me conduziu à elaboração de torções que permitissem refletir acerca de uma antropologia imanentista sobre uma construção de transcendência, uma antropologia que permita pensar o transcendente sem considerá-lo preeminente. É o PCC-transcendência, produzido na imanência e a ela misturada, que permite processos de desterritorialização sucessivos, concomitantes a fenômenos de desindividualização e que sustenta a existência dessa formação social sem um vínculo territorial estável, possibilitando a presença do PCC mesmo onde não encontramos seus membros.

ASSUNTO(S)

prisioneiros primeiro comando da capital antropologia antropologia política micropolítica

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