Manejo em sistemas orgânico e convencional : epidemiologia e controle de doenças em culturas de goiaba, gipsofila e pupunha / Organic and conventional managemennt system: epidemiology and control of pupunha palm, gypsofilum flower and guava fruit diseases

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

A saúde, do latim salutis, é o estado comum de equilíbrio da maioria dos organismos, num sistema metabólico estável, é uma existência, comum e normal na maioria das populações de organismos vivos. O número de organismos que causam doenças é de 2 a 3%, em relação ao total, num universo muito maior, salus, tanto para seres humanos como para as plantas. A agricultura moderna, com o manejo intensivo e incorporação de alta tecnologia, aumentaram o uso de pesticidas na agricultura, causando alterações na ciclagem da matéria orgânica, dos nutrientes, na redução da biodiversidade, no controle biológico natural de doenças e de pragas, nas atividades bióticas do solo e da cultura; a persistência tem selecionado populações resistentes de pragas e doenças cujo controle se tornaram inviáveis. Por outro lado, sistemas de produção orgânicos estão em crescente ascensão no cenário nacional e internacional, contudo muito carente de pesquisas. Assim, é de fundamental importância a busca de alternativas por métodos de proteção de plantas e aumento de produção sem uso de pesticidas. Em sistemas de produção natural com aplicação de substrato orgânico bioativado promoveu o melhor controle da incidência e severidade da podridão-doestipe causada por Phytophthora palmivora nos perfilhos de pupunheira em relação ao sistema de produção convencional, com uso de adubos químicos e aplicação de fungicidas, apresentando uma efetividade de 70,8% de controle do manejo com composto bioativo (CB) em relação ao manejo químico padrão da fazenda (Test); integrando o manejo, CB com a cobertura morta (CM), seus resultados foram mais promissores, 84,2% em relação à Test, 80,2% (Rid) de controle, sendo melhores que a aplicação de fungicidas, e 45,4% superior do que apenas a aplicação do CB. O uso apenas da CM, reduziu a incidência em 10,8% em relação a Test. Estes estudos foram repetidos três vezes em campo, em duas épocas diferentes e seus resultados foram muito semelhantes, concluindo que o uso de compostos bioativos e com cobertura morta podem reduzir a incidência da doença. Em manejos intensivos, como nos cultivos protegidos, com sucessivos plantios de gypsophila, por anos seguidos e com presença do inóculo de Phytophthora sp, o manejo sob sistema de produção convencional com uso de fertilizantes químicos e fungicidas causaram maior número de plantas mortas (pm) do que no sistema natural nas respectivas épocas: primavera, verão, outono e inverno, e no progresso da doença. O sistema de manejo natural tornou viável o manejo sucessivo da mesma cultura sobre a mesma área com fontes de inóculo, suprimindo o progresso da doença nos anos subseqüente, mesmo em épocas de verão. Mas os melhores resultados de produção de flores de gypsophila ficam para plantios de outono e inverno. Em culturas de goiaba a incidência da Morte dos Ponteiros causada por Erwinia psidii foi favorecida em sistemas de produção convencional especificamente sob manejo com uso de herbicidas no controle de ervas espontâneas que indiretamente tornaram as plantas mais suscetíveis à doença, e os resultados foram comuns nas diferentes épocas de poda e nos sucessivos anos estudados. O sistema de produção natural suprimiu o desenvolvimento da doença, sendo significativamente superior no controle ao manejar o solo com uso de composto bioativo, pulverizando o extrato líquido do composto na parte aérea e com o uso de cobertura morta. A poda de verão em sistema de produção convencional compromete totalmente a brotação, as flores e frutos da goiabeira, nesta época de grande incidência e severidade da doença, o manejo sob sistema de produção natural promoveu melhor controle de doenças, principalmente na sua forma integrada, proporcionando uma boa produtividade para a época em relação ao sistema convencional. Nas outras épocas de poda, a incidência das doenças foi mais restrita, contudo a supressão da doença e a produtividade foi maior para o sistema de manejo com compostos bioativos, líquido e cobertura morta. Na fruticultura a persistência do inóculo de ano para ano é permanente num país tropical, contudo manejos somente com uso de matéria orgânica, composto bioativo no solo podem suprimir o desenvolvimento do patógeno sobre os tecidos vegetais na parte aérea da planta, indicando formas de resistência sistêmica induzida na planta. A integração completa dos manejos orgânicos proporciona maior retenção do progresso da doença durante o seu desenvolvimento fenológico da planta, diminuindo a incidência da doença e aumentando a produtividade, quando comparado ao sistema de produção convencional. Os resultados apresentado em diferentes agroecossistemas, patossitemas, patógenos e hospedeiros indicam certa consistência no controle das doenças sob sistema de produção natural em relação ao sistema convencional. O sistema de produção natural promove a manutenção da condição normal da planta, a saúde, e ainda permite cultivos sucessivos sob pertinência do domínio da biodiversidade de organismos atuarem sobre os patógenos controlando o nível de incidência da doença, diferente do sistema do uso de fungicidas, bactericidas e herbicidas, no intuito de eliminar os organismos, esterilizando o meio. Contudo, mesmo pelo número de repetições dos resultados positivos, há necessidade de entender melhor os mecanismos que promovem a supressão das doenças e a saúde da planta em campo.

ASSUNTO(S)

matéria orgânica controle biológico de doenças mipd solos ciencias biologicas

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