Microhabitat preferences of the freshwater prawn Macrobrachium jelskii (Decapoda: Palaemonidae)
AUTOR(ES)
Silva, Jersei N.
FONTE
Iheringia, Sér. Zool.
DATA DE PUBLICAÇÃO
15/07/2019
RESUMO
RESUMO Nós analisamos as preferências de micro-habitat de machos e fêmeas de Macrobrachium jelskii (Miers, 1877) em um açude urbano em Cruz das Almas, Bahia, Brasil. As amostras foram coletadas mensalmente, de março de 2015 a fevereiro de 2016, com o auxílio de uma peneira em três diferentes micro-habitats. Cada micro-habitat teve predomínio de uma espécie de macrófita: Eleocharis sp. (M1), Cabomba sp. (M2) e Nymphaea sp. (M3). Os camarões foram categorizados como machos (jovens e adultos) e fêmeas jovens, adultas não ovígeras e ovígeras e tiveram seu comprimento de carapaça medido. A ANOVA foi usada para comparar as diferenças entre o número e o tamanho dos indivíduos entre os micro-habitats. A razão sexual e a frequência de fêmeas ovígeras em cada micro-habitat também foram calculadas. A razão sexual foi desviada para as fêmeas em M1, mas em M2 e M3 não houve diferença do padrão 1: 1. Quando os camarões foram separados nas cinco categorias, observamos que as fêmeas adultas não ovígeras foram mais abundantes em M1, enquanto os machos adultos foram a categoria demográfica mais abundante em M2 e M3. Indivíduos jovens não mostraram preferência por nenhum dos micro-habitats. M1 e M2 se mostraram adequados para fêmeas ovígeras, devido à maior frequência destas nestes dois micro-habitats se comparado à M3. As fêmeas adultas foram os maiores indivíduos em todos os micro-habitats. A disponibilidade de alimento, a menor profundidade e a menor pressão de predação em M1 são os principais fatores que tornam este micro-habitat mais adequado para M. jelskii, particularmente para fêmeas adultas não ovígeras e machos adultos e fêmeas jovens de maiores tamanhos. Além disso, consideramos também a competição intraespecífica por abrigo em M1, a qual as fêmeas adultas vencem devido ao seu maior tamanho corporal. Como consequência, os machos adultos são encontrados em maior abundância em M2 e M3 e os juvenis de ambos os sexos se espalham uniformemente em todos os micro-habitats. Nossos resultados ajudam a entender o papel ecológico e a utilização de nicho por M. jelskii. Futuros estudos sobre a escolha do habitat e relação presa-predador em condições de laboratório poderão ajudar a entender melhor o comportamento dessa espécie.ABSTRACT We analyzed the microhabitat preferences of Macrobrachium jelskii (Miers, 1877) males and females inhabiting an urban water reservoir in Cruz das Almas, Bahia, Brazil. Prawns were collected monthly, from March 2015 to February 2016, in three microhabitats, using a sieve. Each microhabitat was dominated by one macrophyte species: Eleocharis sp. (M1), Cabomba sp. (M2), and Nymphaea sp. (M3). The prawns were measured (carapace length), and categorized as juvenile males, adult males, juvenile females, non-ovigerous adult females and ovigerous adult females. An analysis of variance (ANOVA) was used to compare the number and size of individuals. The sex ratio and frequency of ovigerous females in the three microhabitats were also calculated. The sex ratio was biased towards females in M1 and did not deviate from 1:1 in M2 and M3. When prawns were separated into five categories we observed that non-ovigerous adult females were more abundant in M1, while adult males were the most abundant demographic category in M2 and M3. Juveniles of both sexes and ovigerous females showed no microhabitat preference, although M1 and M2 appeared to be more suitable for the latter. Adult females were the largest individuals in all microhabitats. Food availability, lower depth and lower predation pressure in M1 are the main factors that make M1 more suitable for M. jelskii, particularly non-ovigerous adult females and larger adult males. Intraspecific competition for shelter in M1 might also occur and adult females win this competition due to their larger body size. Therefore, adult males are found in higher abundance in M2 and M3 and the juvenile of both sexes spread evenly across all microhabitats. Our results help to understand the ecological role and the niche used by M. jelskii. Future studies on the habitat choice and predation under laboratory conditions should help to understand the behavior of this species.
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