Mortalidade e expectativa de vida : tendências e desigualdades sociais / Mortality and life expectancy : trends and social inequalities

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2011

RESUMO

A mortalidade no país apresenta tendência de queda e, em consequência, a expectativa de vida ao nascer (e0) se amplia. Todavia, estas mudanças não se manifestam uniformemente em todas as idades, causas de morte e em ambos os sexos. Estudos que analisam as desigualdades sociais indicam ainda que o declínio da mortalidade não atinge todos os segmentos socioeconômicos da população com a mesma força e ritmo. Diante destas considerações, o objetivo deste estudo foi avaliar os efeitos da redução da mortalidade no aumento da e0, bem como analisar as desigualdades sociais no tempo médio de vida e nos coeficientes de mortalidade no município de Campinas. Os resultados desta tese são apresentados em três capítulos. No primeiro, Expectativa de vida ao nascer: impacto das variações na mortalidade por idade e causas de morte no município de Campinas, São Paulo, Brasil, foram analisadas as contribuições de grupos etários e causas de morte no aumento da e0 entre 1991, 2000 e 2005. Foram construídas tábuas de mortalidade e aplicado o método de Pollard para mensurar os efeitos da variação da mortalidade na evolução da e0. O crescimento da mortalidade por causas externas, entre 1991/2000, ocasionou redução de 1,1 ano, devido, principalmente, ao aumento da mortalidade entre os jovens. As doenças cardiovasculares contribuíram substancialmente para ampliação da e0 feminina neste período. Entre 2000/2005, as causas externas responderam pelo acréscimo de 2,3 anos na população masculina. No segundo capítulo, Redução das desigualdades sociais na expectativa de vida ao nascer em município do Sudeste brasileiro, avaliou-se a tendência das desigualdades sociais na e0 entre 2000 e 2005. Utilizando-se abordagem ecológica, as áreas de abrangência dos Centros de Saúde foram agrupadas em três estratos socioeconômicos, definidos a partir de variáveis censitárias de renda e escolaridade. Tábuas de mortalidade foram construídas para cada estrato. Verificou-se que as desigualdades sociais na e0 reduziram entre 2000/2005, devido ao maior incremento de anos de vida no estrato de baixo nível socioeconômico. Os homens experimentaram os maiores ganhos, diminuindo as distâncias na e0 entre os sexos. O terceiro capítulo, Desigualdade social na mortalidade: diferenças de gênero e nível socioeconômico em município brasileiro, analisou a magnitude das desigualdades sociais na mortalidade no período de 2004/2008. Empregando a estratificação social das áreas de saúde, foram calculados coeficientes de mortalidade por grupos etários, sexo e causas de morte para cada estrato, e estimados intervalos de confiança de 95% para as razões entre taxas. Registrou-se gradiente social na mortalidade entre os estratos na maioria dos grupos etários, com risco de morte aumentando do estrato Alto para o Baixo. As desigualdades sociais foram significativas em todos os grupos de causas de morte. As maiores desigualdades entre os estratos extremos ocorreram no sexo feminino, exceto para causas externas que foi, entre os homens, 2 vezes superior no Baixo em comparação ao Alto. Apenas a neoplasia de mama apresentou gradiente social invertido. Estes resultados podem auxiliar na orientação de políticas públicas de saúde visando garantir maior equidade quanto às condições de saúde, provendo atenção, em especial, aos grupos mais vulneráveis da população

ASSUNTO(S)

mortalidade expectativa de vida saúde - desigualdade social desigualdade social - saúde gênero e saúde epidemiologia mortality life expectancy health inequalities gender and health epidemiology

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