Mortalidade por leucemia, câncer de cérebro e esclerose lateral amiotrófica em relação a campos magnéticos: estudo do tipo caso-controle no Brasil

AUTOR(ES)
FONTE

Revista Brasileira de Epidemiologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

2011-12

RESUMO

Os estudos avaliando riscos à saúde da exposição a campos magnéticos têm apresentado resultados controversos. Duas revisões recentes apontam a necessidade de mais investigações sobre o tema. O objetivo deste trabalho foi avaliar o risco de mortalidade por leucemia, câncer de cérebro e esclerose lateral amiotrófica em adultos em relação à exposição residencial a campos magnéticos gerados por linhas de transmissão. Foi realizado um estudo do tipo caso-controle de base populacional utilizando dados do sistema de informação de mortalidade na Região Metropolitana de São Paulo, entre 2001 e 2005. O risco foi avaliado em relação à distância das residências para as linhas de transmissão e para o campo magnético calculado em cada residência. Foram incluídos no estudo 1.857 casos de leucemia, 2.357 de câncer de cérebro e 367 de esclerose lateral amiotrófica, além de 4.706 controles. Encontrou-se um risco aumentado para leucemia em adultos morando mais perto das linhas de transmissão em comparação àqueles morando a mais do que 400 m. O maior risco foi entre os que moravam a até 50 m da linha (OR=1,47; IC95%=0,99-2,18). Também foi encontrado risco para pessoas morando em casas expostas ao maior campo magnético (OR=1,61; IC95%=0,91-2,86, para campos magnéticos >0,3 µT). Não foi encontrado aumento para tumores cerebrais ou esclerose lateral amiotrófica. Nenhum dos resultados foi estatisticamente significante. Os resultados sugerem aumento no risco de mortalidade por leucemia entre adultos expostos a campos magnéticos, mas os resultados devem ser interpretados com cautela, uma vez que todos os intervalos de 95% confiança englobavam o risco nulo.

ASSUNTO(S)

campos eletromagnéticos leucemia neoplasias do sistema nervoso central estudo de caso-controle

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