NUTRIÃÃO ENTERAL SUPLEMENTADA COM L-GLUTAMINA E SUA AÃÃO SOBRE O PROCESSO INFLAMATÃRIO, O METABOLISMO GLICOLÃTICO, O SISTEMA IMUNE E O ESTRESSE OXIDATIVO DE PACIENTES COM SÃNDROME DA RESPOSTA INFLAMATÃRIA SISTÃMICA / ENTERAL NUTRITION SUPPLEMENTED WITH L-GLUTAMINE AND ITS ACTION ON THE INFLAMMATORY PROCESS, THE GLYCOLYTIC METABOLISM, THE IMMUNE SYSTEM AND THE OXIDATIVE STRESS OF PATIENTS WITH SYSTEMIC INFLAMMATORY RESPONSE SYNDROME
AUTOR(ES)
Ana Augusta Monteiro Cavalcante
FONTE
IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia
DATA DE PUBLICAÇÃO
28/09/2010
RESUMO
A SÃndrome da Resposta InflamatÃria SistÃmica (SRIS) caracteriza-se por uma liberaÃÃo excessiva de mediadores inflamatÃrios a uma sÃrie de situaÃÃes clÃnicas graves. A utilizaÃÃo da glutamina em doses nutracÃuticas tem sido estudada como uma estratÃgia de proteÃÃo tecidual e metabÃlica em situaÃÃes de estresse, melhorando a resposta imune de pacientes. Os efeitos da nutriÃÃo enteral suplementada com 30g/dia de glutamina sobre os marcadores inflamatÃrios, do metabolismo glicolÃtico, da funÃÃo imune e do estresse oxidativo foram estudados em pacientes adultos e idosos com SRIS. Foi realizado estudo clÃnico prospectivo, randomizado, controlado, duplo-cego, cruzado. Trinta e seis pacientes internados em Unidade de Terapia Intensiva foram selecionados pelos critÃrios do estudo, diagnÃstico da SRIS e score APACHE II (>10<20), distribuÃdos em dois grupos e submetidos à suplementaÃÃo com 1 litro de dieta enteral suplementada com 30g de L-glutamina ou caseinato de cÃlcio ou 1 litro de dieta enteral suplementada com 30g de caseinato de cÃlcio ou L-glutamina por dois dias, intervalo de um dia somente com dieta, perfazendo quatro dias de dieta com suplementaÃÃo. Amostras de sangue foram coletadas antes (T0) e apÃs (T1) cada suplementaÃÃo. Foram realizadas anÃlises do hematÃcrito, leucÃcitos, linfÃcitos, monÃcitos, prÃ-albumina, urÃia, creatinina, glicose, lactato, peptÃdeo-C e insulina, das IL-1, IL-6, IL-10, TNFα, glutationa, TBARS e dos aminoÃcidos glutamina e glutamato. Seis pacientes foram a Ãbito durante o estudo e trinta pacientes concluÃram o estudo, sendo 16(53%) homens e 14(47%) mulheres, mediana de idade 74,4 anos (30-92 anos), moderadamente graves, mediana de APACHE II 13,1 (10-19) e mediana de ingestÃo calÃrica de 1464kcal/dia (792-1914kcal/dia). O uso L-glutamina em dose nutracÃutica de 30g/dia nÃo mostrou alteraÃÃes nos parÃmetros hematolÃgicos. Houve aumento da urÃia [Caseinato T1=47,000mg/dL (34,000-69,000mg/dL) versus Glutamina T1=50,000mg/dL (36,750-75,000mg/dL); p=0,030] na comparaÃÃo intergrupos, mas nÃo houve diferenÃa estatisticamente significante de creatinina em nenhum dos grupos. NÃo houve alteraÃÃo estatisticamente significante nos parÃmetros inflamatÃrios (IL-1, IL-6, IL-10 e TNFα). A contagem de leucÃcitos diminuiu significantemente em ambos os grupos [Caseinato T0=13.650 1/mm3 (10.148-18.250 1/mm3) versus T1=11.500 1/mm3 (8.050-29.100 1/mm3); p=0,019] e [Glutamina T0=12.850 1/mm3 (11.155-15.550 1/mm3) versus T1=11.000 1/mm3 (9.200-16.325 1/mm3); p=0,046]. Houve aumento estatisticamente significante na contagem de linfÃcitos na comparaÃÃo intergrupos [Caseinato T1=1.085 1/mm3 (805-1.363 1/mm3) versus Glutamina T1=1.916 1/mm3 (1.301-2.517 l/mm3); p<0,0001], uma diminuiÃÃo estatisticamente significante no grupo Caseinato [T0=1.288 1/mm3 (834-2.209 1/mm3) versus T1=1.085 1/mm3 (805-1.363 1/mm3); p=0,0324] e aumento no grupo Glutamina [T0=954 1/mm3 (785-1.442 1/mm3) versus T1=1.916 1/mm3 (1.301-2.517 l/mm3); p<0,0001]. Observou-se reduÃÃo estatisticamente significante na dosagem do TBARS na comparaÃÃo intragrupos [Caseinato T0=20,56mol MDA/ml (13,64-20,56mol MDA/ml) versus T1=15,08 mol MDA/ml (13,64-20,56 mol MDA/ml); p=0,001] e [Glutamina T0=17,67 mol MDA/ml (8,11-34,98 mol MDA/ml) versus T1=16,52 mol MDA/ml (5,41-21,86 mol MDA/ml); p=0,020], mas nÃo houve diferenÃas intergrupos. A concentraÃÃo sanguÃnea de glutationa apresentou uma reduÃÃo estatisticamente significante no grupo Caseinato (T0=486,00mol/mlÂ165,80mol/ml) versus T1=451,00Â167,40mol/ml; p=0,047) e nÃo houve diferenÃa no grupo Glutamina, tampouco entre os grupos. Glutamina e glutamato nÃo demonstraram diferenÃas estatisticamente significantes. Conclui-se que a nutriÃÃo enteral suplementada com glutamina em dose nutracÃutica de 30g/dia em pacientes moderadamente graves promove um aumento dos linfÃcitos, contribui para reduzir a peroxidaÃÃo lipÃdica e mantÃm a capacidade antioxidante da glutationa, interferindo de forma benÃfica na modulaÃÃo da resposta inflamatÃria e do estresse, mas nÃo apresenta nenhum efeito sobre a concentraÃÃo de citocinas ou parÃmetros glicolÃticos.
ASSUNTO(S)
nutricao sepsis. glutamine. oxidative stress. clinical trial glutamina suplementos dietÃticos estresse oxidativo
ACESSO AO ARTIGO
http://www.teses.ufc.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=5260Documentos Relacionados
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