O estranho para si mesmo: os desdobramentos do eu n "O Duplo" (1846), de Fiódor Mikháilovitch Dostoiévski

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

Os desdobramentos do eu na modernidade, considerada esta no contexto do aparecimento das grandes metrópoles e da crise do racionalismo em meados do século XIX, serão trabalhados a partir da análise de "O Duplo" (1846), de Fiódor Mikháilovitch Dostoiévski. Na novela do escritor russo, o protagonista principal duplicado no seu outro suscita a percepção do eu como um estranho para si mesmo e a sensação de estranheza frente à realidade objetiva. O conceito de unheimlich ( o estranho ), desenvolvido por Freud em ensaio de mesmo nome, servirá de ferramenta para a leitura da novela, uma vez que lança luzes sobre a curiosa ambigüidade do texto de Dostoiévski, ao mesmo tempo em que é texto também emblemático da modernidade. O tema do desdobramento do eu se relaciona com a dicotomia entre a razão e a sensação, entre um eu e um não-eu, ambíguos porque simultaneamente diferentes e idênticos a si mesmos. Todo este contexto onde se inclui "O Duplo" revela o caráter polifônico da modernidade e de suas produções.

ASSUNTO(S)

dostoievski, fiodor, 1821-1881. duplo crítica e interpretação teses. eu em literatura teses. racionalismo teses. romantismo teses. polifonia teses. modernidade teses.

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