O jogo poético nas Sete Cabeças de Eucanaã Ferraz: beleza e monstruosidade / The poetic game in the Seven Heads by Eucanaã: beauty and monstrosity

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

22/05/2012

RESUMO

O presente trabalho analisa alguns poemas da obra Bicho de Sete Cabeças e Outros Seres Fantásticos, do poeta brasileiro Eucanaã Ferraz. A questão norteadora é constatar a presença de características do jogo na poesia infantil, considerando-se, para tanto, os postulados defendidos por Huizinga, sobretudo no que se refere à função do jogo no fazer poético. O jogo, assim como a poesia, envolvem a faculdade de invenção, criação, competição, imaginação, tensão e seriedade. O poema se constrói por elementos que se atraem e outros que se repelem, e é nessas inconstâncias que está a beleza da poesia: a tensão e a distensão. Buscou-se compreender como ocorre o processo de construção e desconstrução da monstruosidade em alguns poemas eucanaanianos, por meio do jogo poético. O suporte teórico da pesquisa apoiou-se, basicamente, em estudos relativos à linguagem poética e suas especificidades, além de estudos críticos acerca da literatura infantil, em autores como: Nelly Novaes Coelho, Décio Pignatari, Octavio Paz, Ezra Pound, Paul Valéry e outros. Para fins de contextualização da poesia infantil no Brasil, foi elaborado um breve panorama histórico, desde seu início até os dias atuais. Os dezoito poemas selecionados foram divididos e analisados em dois grupos organizados a partir de dois eixos nucleares: um que se volta para o movimento binário-vário inscrito pela conjugação, nos poemas, de dois seres em um, e outro que focaliza a reconstrução de monstros, gigantes e seres lendários, comumente associados ao horror, por meio da suavidade e leveza. Ferraz apresenta, em sua criação poética, especialmente no livro Bicho de sete cabeças e outros seres fantásticos, uma série de referências lendárias, mitológicas e folclóricas da cultura universal, tornando próximo o distante, familiar o estranho, leve o pesado, belo o rude, harmonizando seres ou coisas de universos distintos. É o jogo antitético do binário-vário, numa dimensão híbrida de atração e repulsão, que se presentifica nos poemas analisados

ASSUNTO(S)

teoria literaria poesia infantil jogo tensão e distensão beleza e monstruosidade infantile poetry game tension and dstention beauty and monstrosity

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