O ovo da serpente : monopolio da terra e violencia na Nova Republica

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2002

RESUMO

O período da Nova República, em especial o ano de 1985, parecia reunir elementos que poderiam, senão romper, pelo menos dar início a um processo capaz de estabelecer novos limites ao monopólio fundiário. É nos anos 80, no contexto da democratização e do agravamento dos conflitos de terra, que a bandeira da reforma agrária ganha maior visibilidade. É, também, quando Irrompe um novo movimento de ocupações de terra que, apesar de todas as dificuldades e impasses, gradativamente vai se afirmando como instrumento de pressão em favor da democratização da propriedade e da luta por direitos. No entanto, os acontecimentos que se produziram no ano de 1985 apontam o contrário: o que se assistiu foi uma mobilização patronal rural, sem precedentes na história, contra as demandas de democratização da propriedade e integração dos trabalhadores rurais ao novo processo produtivo e ao exercício da cidadania.O objetivo do nosso trabalho é apresentar, tendo como referência o debate na grande imprensa, uma reflexão sobre a nova identidade e a nova retórica patronal, que se constituíram no bojo da reação dos grandes proprietários e empresários rurais em tomo do debate sobre a reforma agrária da Nova República e as lutas por terra. Há um habitus social dos proprietários e empresários rurais intimamente ligados a nossa formação histórica e que amiúde se produzem e se reproduzem juntamente com as transformações da sociedade brasileira. É a junção de novas e velhas formas de agir e pensar, de permanências e novidades, que irá compor a nova identidade patronal, contida na designação, "nós, os produtores e empresários rurais"

ASSUNTO(S)

agricultura e estado - brasil empresas rurais proprietarios de terras - brasil

Documentos Relacionados