O papel do metamorfismo e fases fluidas na genese da mineralização de cobre de salobo, provincia mineral de Carajas, Para

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DATA DE PUBLICAÇÃO

1995

RESUMO

O depósito polimetálico de Salobo, Pará, é constituído principalmente por uma mineralização primária de Cu (Au, Ag, Mo), hospedada por formações ferríferas arqueanas da Sequência Salobo. As formações ferríferas tipo I (magnetita-fayalita-grunerita:!: biotita -hastingsita-almandina -greenalita- fluorita-apatita -alanita -turmalina-titanita-calcopirita -bornita-uraninita-grafita- ilmenita-molibdenita-cobaltita-saflorita -ouro) e tipo 2 (magnetita-almandina-grunerita-biotita:!: quartzo-turmalina -clorita - fayalita-apatita -alanita -zircão-grafita -bornita-calcosita- molibdenita-uraninita) foram submetidas a um metamorfismo progressivo de fácies anfibolito alto (650°C, 3 kbars, JO2 = 10-2°-10-18 bars), seguido por um evento metamórfico-hidrotermal de fácies xisto verde alto (347°C, temperatura dada pelo geotermômetro da clorita). A mineralização de Cu consiste de disseminações de bornita-calcopirita e bornita-calcosita, asssociadas a lentes ricas em magnetita. Durante a evolução metamórfica do depósito, sob condições de fácies anfibolito alto, é provável que a assembléia sulfetada tenha sido representada por uma solução sólida cúbica, rica em Cu (i.s.s.), em equílíbrio com a solução sólida da bornita. Em condições retrometamórficas de fácies xisto verde, a assembléia sulfetada evoluiu para calcopirita tetragonal, estável abaixo de 547°C, e bornita e calcosita, provenientes da decomposição da solução sólida da bornita, a temperaturas inferiores a 335°C. A associação do Au rico em Cu (6,98-1O,82%peso Cu) com cobaltita, sulfetos de Cu e veios de clorita, juntamente com o intervalo de temperatura de estabilidade do Au e cobaltita (T <400°C), indica uma forte relação entre o evento metamórfico-hidrotermal de fácies xisto verde e os fluidos responsáveis pela remobilização do Cu e Au. O estudo de inclusões fluidas revelou a ocorrência de 2 tipos de inclusões: inclusões monofásicas carbônicas (C02 e <10 moI % CH4) e inclusões aquosas, sub-divididas em aquosas de salinidade elevada (30,6-58,4% peso eq.NaCI) e de salinidade baixa a moderada (1,0-25,8% peso eq.NaCI). Os fluidos carbônicos são interpretados como fluidos gerados ou reequilibrados sob condições metamórficas de fácies anfibolito alto. A composição dos fluidos aquosos de salinidade elevada (pH ácido, JO2 = 10-3°-10-28 bars, LS =0, 1-0,01 molal) pode ser estimada em cerca de 45% em peso de NaCI e 5,3% em peso de MgCI2:!:FeCI2:!:CaCl2. As possíveis fontes destes fluidos dominantes durante o evento metamórfico-hidrotermal de fácies xisto verde incluem águas de formação, águas meteóricas, que tornaram-se altamente salinas por reações de hidratação retrógradas, ou magmáticas, constituindo os prováveis responsáveis pela remobilização do Cu e Au via complexos de CI-. Os fluidos de salinidade baixa a moderada são interpretados como soluções aquosas de origem externa, provavelmente águas meteóricas, que causaram uma diluição progressiva do fluido de salinidade elevada. As isócoras representando a variação composicional dos fluidos das inclusões aquosas salinas, combinadas com o geotermômetro da clorita, demonstraram que a deposição do Cu e Au ocorreu entre 334°-366°C e 3,7-1,4 kbars. A diminuição na aCI- gerada pela mistura de fluidos e o subseqüente resfriamento, provavelmente constituem os principais mecanismos de deposição dos metais no depósito de Salobo

ASSUNTO(S)

metamorfismo (geologia) mineralogia - cobre

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