O parque como espaço educativo: práticas corporais num projeto de formação de professoras para educação infantil

AUTOR(ES)
FONTE

Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP

DATA DE PUBLICAÇÃO

2014

RESUMO

O presente trabalho relata a trajetória de uma pesquisa qualitativa inspirada na perspectiva de investigação-ação, que discutiu as práticas corporais presentes no parque de uma Escola Municipal de Educação Infantil da Cidade de São Paulo. Com o objetivo de problematizar como as manifestações culturais aparecem neste espaço e investigar outras possibilidades, buscou-se uma aproximação das práticas legitimadas na unidade, da cultura das crianças e professoras e do currículo e concepções que embasavam as ações docentes. Como referencial teórico baseou-se nas chamadas teorias pós-críticas, especialmente na perspectiva dos Estudos Culturais e do Multiculturalismo crítico, representados por escritos de Stuart Hall, Henry Giroux, Marcos Neira e Tomás Tadeu Silva. No que se refere à formação de professores, as principais fontes de pesquisa foram Andy Hargreaves, Júlia Oliveira-Fomosinho, Tizuko M. Kishimoto e Mônica A. Pinazza. A inserção no contexto pesquisado se deu através de um projeto de formação para professores, acompanhado de intervenção direta com as crianças, em paralelo, envolvendo duas professoras e seus respectivos grupos. A proposta da formação, construída com as participantes, ocupou um espaço já institucionalizado na escola para o estudo: O Projeto Especial de Ação (PEA), que complementa a jornada dos professores que optam por este estudo coletivo, cujo tema é escolhido anual pelo grupo participante. No primeiro semestre foi realizada a observação das práticas dos grupos, sem intervenção formalizada e no segundo semestre realizaram-se os projetos de formação e acompanhamento de práticas propostos pela pesquisa. O desenvolvimento do trabalho possibilitou a discussão da função escolar no âmbito da formação do sujeito, conceito de cultura e suas manifestações na centralidade das relações, configuração de identidades e diferenças dos indivíduos dentro das instituições, em especial a escolar e as concepções embutidas nas práticas corporais legitimadas pela unidade educacional. O processo vivenciado na pesquisa aponta para a relevância de se constituírem programas de formação contextualizados que mobilizem reflexões sobre as práticas, de modo a transformá-las em favor da qualidade da educação infantil. Evidenciou ainda que um olhar para as práticas corporais na perspectiva cultural amplia a compreensão das diferenças e das possíveis partilhas de vivências no plano relacional, constitutivas de uma educação infantil que se pretende democrática.

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