Ocorrência de C. tropicalis no Hospital Universitário Cassiano Antônio de Moraes, estudo de sua suscetibilidade a antifúngicos com propostas de métodos modificados para aprimoramento dos testes in vitro
AUTOR(ES)
Bruna Malacarne
FONTE
IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia
DATA DE PUBLICAÇÃO
10/12/2010
RESUMO
A frequência de candidemia tem aumentado nas últimas décadas, com crescente ocorrência de espécies não-albicans. Candida tropicalis representa, em geral, a espécie não-albicans mais freqüente no Brasil e pode apresentar crescimento tipo trailing nos testes de microdiluição em caldo, frente a drogas azólicas, o que dificulta e confunde a leitura dos valores de concentração inibitória mínima (CIM). Os objetivos do presente trabalho foram avaliar a ocorrência de candidemia causada por C. tropicalis no Hospital Universitário Cassiano Antônio de Moraes (HUCAM), Vitória Espírito Santo, e seu perfil de suscetibilidade a fluconazol, itraconazol e anfotericina B, conforme metodologia de referência M27-A3 (CLSI, 2008), propor modificações deste teste, além de avaliar a influência de diferentes períodos de incubação e formas de leitura. Isolados de Candida tropicalis (82) testados pelo método referência foram selecionados e submetidos aos testes modificados, como incubação na temperatura de 42C, adição de Tricostatina A (TSA) e do composto colorimétrico resazurina. Os resultados obtidos nos testes modificados foram avaliados através da determinação das concordâncias categóricas e essenciais com o teste padrão. Os resultados mostraram que no período de 2006 a 2009, a frequência de candidemia no HUCAM variou de 1,21 a 1,65 casos/1.000 admissões hospitalares e de 0,16 a 0,25 casos/1.000 pacientes-dia. C. albicans representou 45% dos episódios, seguida por C. tropicalis (26%), C. parapsilosis (14%), C. glabrata (10%) e outras (C. krusei, C. guilliermondii e C. lusitaniae). Os maiores percentuais de resistência de C. tropicalis a fluconazol e a itraconazol ocorreram com 48 horas de incubação (26% versus 5% e 17% versus 1,2%, respectivamente). Foi observado que 28,05% dos isolados apresentaram crescimento tipo trailing para uma ou para as duas drogas testadas. As concordâncias categóricas e essenciais dos testes modificados, em relação à metodologia padrão, variaram de 70 a 87%, com 24 horas de incubação e para ambas a drogas. Com 48 horas de incubação, as modificações introduzidas (incubação a 42C e adição de TSA) propiciaram menores percentagens de concordâncias categóricas e essenciais que o método com adição de resazurina. A incubação a 42C correlacionou com as melhores concordâncias entre as formas de leitura visual e espectrofotométrica, em comparação com o 9 método padrão. Diferentes perfis de crescimento tipo trailing foram observados, sendo que as três modificações realizadas foram eficazes em reduzir este fenômeno com 24 horas de incubação, mas apenas os métodos a 42C e com TSA foram capazes de reduzir o trailing com 48 horas de incubação. A análise de prontuários médicos permitiu verificar que isolado com crescimento tipo trailing apresentou resposta terapêutica satisfatória ao fluconazol e que isolado que permaneceu resistente nos testes modificados não respondeu a tratamento com fluconazol, in vivo
ASSUNTO(S)
candidemia candida tropicalis teste de suscetibilidade candida tropicalis candidemia susceptibility test doencas infecciosas e parasitarias
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