Pharmacological management of acute myocardial infarction in the municipal district of Rio de Janeiro
AUTOR(ES)
Escosteguy, Claudia Caminha, Portela, Margareth Crisóstomo, Vasconcellos, Maurício Teixeira Leite de, Medronho, Roberto de Andrade
FONTE
Sao Paulo Medical Journal
DATA DE PUBLICAÇÃO
2001-11
RESUMO
CONTEXTO: Apesar do infarto agudo do miocárdio contar com ampla disponibilidade de evidências científicas para orientar seu tratamento, estudos internacionais têm descrito uma grande variação nos perfis de uso de intervenções, nem sempre com base nessas evidências. OBJETIVO: Analisar perfis de uso de intervenções farmacológicas no infarto agudo do miocárdio e o efeito correspondente na mortalidade hospitalar no município do Rio de Janeiro. TIPO DE ESTUDO: Estudo transversal. LOCAL: Hospitais integrantes do Sistema Único de Saúde (SUS) do município do Rio de Janeiro. AMOSTRA: Amostra aleatória estratificada por hospital composta de 391 prontuários sorteados a partir do total de 1.936 internações registradas com o diagnóstico principal de infarto agudo do miocárdio no Sistema de Informações Hospitalares (SIH) do SUS em 1997, no município estudado. VARIÁVEIS ESTUDADAS: Sexo, idade, delta tempo, fatores de risco, fatores de gravidade, confirmação diagnóstica, uso de intervenções farmacológicas durante a hospitalização, óbito hospitalar, contra-indicação ao uso de trombolítico e de ácido acetilsalicílico. RESULTADOS: Foram revistos 98,2% dos prontuários sorteados; o diagnóstico de infarto agudo do miocárdio foi confirmado em 91,7% dos casos (IC 95% 88,3 a 94,2). 61,5% eram homens e 38,5% mulheres, com idade média de 60,2 anos (SD 2,4). A mediana de tempo entre início dos sintomas e hospitalização foi 11 horas. A mortalidade hospitalar foi 20,6% (IC 95% 16,7 a 25,0). Trombólise intravenosa foi usada em 19,5% (IC 95% 15.8 a 23.9) dos casos; ácido acetilsalicílico em 86,5% (IC 95% 82,5 a 89,6); betabloqueadores em 49,0% (IC 95% 43,8 a 54,1); inibidores da enzima conversora do angiotensinogênio (ECA) em 63,3% (IC 95% 58,2 a 68,1); nitratos em 82,0% (IC 95% 82,4 a 89,6); heparina em 81,3% (IC 95% 76,9 a 85,0); bloqueadores de cálcio em 30,5% (IC 95% 26,0 a 35,4). O uso de trombolíticos, betabloqueadores, inibidores da ECA, bloqueadores de cálcio e heparina variou significativamente entre as naturezas jurídicas dos hospitais. CONCLUSÕES: Houve subutilização de algumas intervenções com eficácia documentada (trombolíticos IV, ácido acetilsalicílico, betabloqueadores e nitratos IV) e uso relativamente disseminado de bloqueadores de cálcio sem base em evidências científicas. Através de modelo logístico documentou-se o efeito benéfico do uso de ácido acetilsalicílico, betabloqueadores e inibidores da ECA sobre o risco de morte hospitalar.
ASSUNTO(S)
infarto agudo do miocárdio avaliação de serviços de saúde avaliação de qualidade trombólise
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