Polimorfismos de DNA no complexo de genes da betaglobina em indivíduos normais e portadores de hemoglobinopatias do recôncavo baiano

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

Um complexo de genes localizado no braço curto do cromossomo 11 (11p15.5) conhecido como complexo de genes da β-globina apresenta um elevado número de polimorfismos. A combinação de determinado número de polimorfismos é denominada haplótipo. Seis polimorfismos de restrição no complexo de genes da β-globina (HincII-5ε, HindIII-Gγ, HindIII-Aγ, HincII-ψβ1, HincII-3ψβ1 e HinfI 5β) foram analisados em três populações do Recôncavo Baiano, sendo duas da zona urbana nos municípios de Cachoeira e Maragojipe e um quilombo na zona rural do município de Cachoeira totalizando 114 indivíduos. O estudo baseou-se principalmente na distribuição de haplótipos constituídos por cinco sítios de restrição situados a 5do gene δ. O número de haplótipos diferentes encontrados nas populações variou de dez a treze, apresentando valores da diversidade haplotípica maiores do que o observado nas populações parentais. Os haplótipos 2 (+- - - -), 3 (- - - - +), 4 (- +- - +) e 6 (- + + - +) ligados aos cromossomos βA foram os mais comuns, e dois haplótipos privados foram encontrados na população de Maragojipe, os haplótipos 9 (- + + + +) e 14 (+ + - - +). Os Outros haplótipos identificados (1, 5, 9, 11, 12, 13, 14 e 16) apresentaram freqüências menores. Tanto a análise dos sítios de restrição quanto dos haplótipos deles derivados demonstrou homogeneidade entre as populações. Os níveis de endogamia para os haplótipos foram superiores aos dos sítios de restrição. Um grupo de trinta e dois pacientes com hemoglobinopatias foi também analisado (17 Hb.SS, 12 Hb.SC e 03 Hb.CC). Os resultados clínicos do grupo revelaram crises álgicas como a caraterística predominante, colelitíase, eosinofilia, asplenia funcional em adultos falcêmicos, trombose retiniana e úlcera cutânea de maléolo. Quarenta e cinco porcento dos pacientes Hb.SC apresentaram hepatomegalia e houve diferença siginficativa nos níveis de lactato sangüíneo entre os pacientes Hb.SC e Hb.SS, sendo maior no último grupo. A distribuição haplotípica entre as amostras e o grupo de pacientes revelou uma associação não aleatória entre os dois grupos. Os haplótipos βS predominantes foram o BEN e o CAR com freqüências de 52,9 e 32,5%, respectivamente, nos pacientes Hb.SS. Nos cromossomos βC foram observados os haplótipos tipos I e II com freqüências de 55,5 e 44,5%, respectivamente. A freqüência maior do haplótipo BEN está de acordo com os registros históricos para a população do estado da Bahia, mas difere da população de Salvador que apresentou freqüências semelhantes para os haplótipos CAR e BEN provavelmente devido a migrações internas de afro descendentes oriundos de outras regiões do País

ASSUNTO(S)

medicina hemoglobinopatias beta-globina haplotypes recôncavo baiano beta-globin haplótipos hemoglobinopathies recôncavo region of bahia

Documentos Relacionados