Preditores de injúria renal aguda em pacientes submetidos ao transplante ortotópico de fígado convencional sem desvio venovenoso
AUTOR(ES)
Fonseca-Neto, Olival Cirilo L. da, Miranda, Luís Eduardo C., Melo, Paulo S. Vieira de, Sabat, Bernardo D., Amorim, Américo G., Lacerda, Cláudio M.
FONTE
ABCD. Arquivos Brasileiros de Cirurgia Digestiva (São Paulo)
DATA DE PUBLICAÇÃO
2011-06
RESUMO
RADICAL: Injúria renal aguda é uma das complicações mais comuns do transplante ortotópico de fígado. A ausência de critério universal para sua definição nestas condições dificulta as comparações entre os estudos. A técnica convencional para o transplante consiste na excisão total da veia cava inferior retro-hepática durante a hepatectomia nativa. Controvérsias sobre o efeito da técnica convencional sem desvio venovenoso na função renal continuam. OBJETIVO: Estimar a incidência e os fatores de risco de injúria renal aguda entre os receptores de transplante ortotópico de fígado convencional sem desvio venovenoso. MÉTODOS: Foram avaliados 375 pacientes submetidos a transplante ortotópico de fígado. Foram analisadas as variáveis pré, intra e pós-operatórias em 153 pacientes submetidos a transplante ortotópico de fígado convencional sem desvio venovenoso. O critério para a injúria renal aguda foi valor da creatinina sérica > 1,5 mg/dl ou débito urinário < 500 ml/24h dentro dos primeiros três dias pós-transplante. Foi realizada análise univariada e multivariada por regressão logística. RESULTADOS: Todos os transplantes foram realizados com enxerto de doador falecido. Sessenta pacientes (39,2%) apresentaram injúria renal aguda. Idade, índice de massa corpórea, escore de Child-Turcotte-Pugh, ureia, hipertensão arterial sistêmica e creatinina sérica pré-operatória apresentaram maiores valores no grupo injúria renal aguda. Durante o período intraoperatório, o grupo injúria renal aguda apresentou mais síndrome de reperfusão, transfusão de concentrado de hemácias, plasma fresco e plaquetas. No pós-operatório, o tempo de permanência em ventilação mecânica e creatinina pós-operatória também foram variáveis, com diferenças significativas para o grupo injúria renal aguda. Após regressão logística, a síndrome de reperfusão, a classe C do Child-Turcotte-Pugh e a creatinina sérica pós-operatória apresentaram diferenças. CONCLUSÃO: Injúria renal aguda após transplante ortotópico de fígado convencional sem desvio venovenoso é uma desordem comum, mas apresenta bom prognóstico. Síndrome de reperfusão, creatinina sérica no pós-operatório e Child C são fatores associados a injúria renal aguda pós-transplante ortotópico de fígado convencional sem desvio venovenoso.
ASSUNTO(S)
falência renal insuficiência renal aguda transplante de fígado desvio venovenoso
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