Prevalência da infecção e de portadores do vírus da hepatite B, após 19 anos do programa de vacinação na Amazônia ocidental Brasileira
AUTOR(ES)
Braga, Wornei Silva Miranda, Castilho, Márcia da Costa, Borges, Fabiane Giovanella, Martinho, Ana Cristina de Souza, Rodrigues, Ivo Seixas, Azevedo, Eliete Pereira de, Scazufca, Márcia, Menezes, Paulo Rossi
FONTE
Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical
DATA DE PUBLICAÇÃO
2012-02
RESUMO
INTRODUÇÃO: Reduções nas taxas de prevalência de infecção pelo vírus da hepatite B (VHB) e de portadores, incidência de câncer de fígado e mudança nos padrões de doenças hepáticas são descritos, depois da introdução da vacinação contra hepatite B. MÉTODOS: Foi conduzido um estudo de soro prevalência de base populacional, com o objetivo de estimar a prevalência do VHB e fatores de risco de infecção na área rural de Lábrea, depois de 19 anos de introdução da vacinação contra hepatite B. RESULTADOS: Metade dos indivíduos investigados mostrou reatividade ao anti-HBc total, 52,1% (IC 95% 49,6-54,7). A prevalência do HBsAg foi 6,2% (IC 95% 5,1-7,6). Análises multivariadas mostrou associação inversa da infecção pelo VHB e vacinação (OR 0,62; IC 95% 0<44-0,87). A presença do HBsAg permaneceu independentemente associada com o passado de hepatite (OR 2,44; IC 95% 1,52-3,89) e inversamente associado a história de vacinação (OR 0,43; IC 95% 0,27-0,69). A prevalência do HBeAg, entre os HBsAg positivos foi 20,4% (IC95% 12,8-30,1), tendo em média os indivíduos positivos 11 anos de idade (1-46) p=0,0003. CONCLUSÕES: Foi demonstrado que o VHB é ainda um importante problema de saúde publica, e que a vacinação contra o VHB poderia ter tido um impacto maior na epidemiologia do VHB na região. Se esses achados forem extrapolados para outras regiões rurais da Amazônia brasileira, podemos predizer que a fonte de pacientes crônicos é ainda um desafio a ser vencido. Estudos futuros devem focar os aspectos clínicos, a epidemiologia molecular, vigilância de casos agudos e grupos de risco.
ASSUNTO(S)
hbv hepatite b prevalência vacinação epidemiologia
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