Prevalência de excesso de peso e fatores associados em crianças do município de Medianeira - PR

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

Dentre as doenças crônicas não transmissíveis, a obesidade é um dos mais preocupantes problemas de saúde pública do mundo, haja vista os agravos dela decorrentes e o conseqüente aumento nos custos sociais da atenção à saúde (GORTMAKER et al., 1993; ROSSNER, 2002). Segundo diagnóstico da Organização Mundial de Saúde (OMS), este problema de saúde é apontado como a segunda causa de todas as mortes que podem ser prevenidas em todo o mundo, só perdendo para o cigarro (WHO, 2000). Os riscos associados à obesidade em adultos estão bem estabelecidos e incluem taxas elevadas de morbidade e mortalidade por diabetes, hipertensão, doenças cardiovasculares e câncer (VILLAREAL et al., 2005; WHO, 2000). Do mesmo modo, as conseqüências da obesidade infantil são igualmente preocupantes. O excesso de peso em crianças tem sido relacionado a desordens psicológicas e orgânicas. No nível psicossocial, a obesidade infantil tem sido associada com baixa auto-estima, depressão e distúrbios alimentares. No nível orgânico, suas conseqüências incluem problemas respiratórios, gastrointestinais, músculo-esqueléticos, endócrinos, cardiovasculares, e neurológicos (MUST, 1996; EBBELING et al., 2002). Além disso, há evidências de que a ocorrência de sobrepeso/obesidade na infância e adolescência aumenta consideravelmente o risco de obesidade, e suas conseqüências, no adulto (PARSONS et al., 1999; WHITAKER et al., 1997). O critério de Must (1996), baseia-se exclusivamente no padrão de referência da população americana e deve ser considerado com cautela, em virtude da elevada prevalência de obesidade naquela população. Já, o critério de Cole et al. (2000), com definições de sobrepeso e obesidade em crianças e adolescentes, com base no IMC, disponibiliza pontos de corte específicos por sexo e idade correspondentes, respectivamente, aos IMC 25 e 30kg/m2 na idade de 18 anos. Tais autores incluíram dados de crianças e adolescentes de seis países (Estados Unidos, Brasil, Grã-Bretanha, Hong Kong, Holanda e Cingapura), constituindo-se, talvez, em critério mais adequado para comparações internacionais. Apesar de adotar diferentes metodologias e pontos de corte para obesidade, a literatura demonstra uma tendência de aumento da prevalência da obesidade infantil no mundo e no Brasil (EBBELING et al., 2002, WANG; MONTEIRO; POPKIN, 2002). Na faixa etária de 4 a 11 anos de idade, as taxas de obesidade infantil aumentaram 2,3 vezes nos Estados Unidos, num período de 25 anos, e 2 a 3 vezes na Inglaterra, num período de 10 anos (EBBELING et al., 2002). No Brasil, a prevalência de obesidade em crianças de 6 a 9 anos de idade quase quadruplicou entre 1974 e 1997, aumentando de 4,9% para 17,4% (WANG; MONTEIRO; POPKIN, 2002). Este estudo tem como objetivo principal estudar a excesso de peso infantil e seus fatores associados em um município do Oeste do Paraná, Sul do Brasil.

ASSUNTO(S)

saude coletiva obesidade infantil

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