Produção de capim elefante (Pennisetum purpureum Schum.) para fins energéticos no Cerrado: Resposta à adubação nitrogenada e idade de corte. 2009. / Production of elephant grass (Pennisetum purpureum Schum.) for energy purposes in the Cerrado: Response to nitrogen fertilization and harvesting age. 2009.

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

A espécie capim elefante (Pennisetum purpureum Schum.) está entre as gramíneas de maior capacidade de acumulação de matéria seca, possuindo também características qualitativas favoráveis para uso na produção de energia como altos teores de fibras, alta relação C/N, alto poder calorífico e baixo teores de cinzas. Contudo, o objetivo deste trabalho foi avaliar genótipos de capim elefante eficiente para fixação biológica de nitrogênio (FBN), e adequar à época de corte e o manejo da fertilização nitrogenada para alta produção de biomassa para uso com fins energéticos em condições edafoclimáticas do Cerrado. Foram realizados dois estudos de campo, em área de Latossolos, no município de Gurupi-TO. O delineamento experimental, nos dois experimentos, foi de blocos ao acaso, em parcelas subdivididas e com quatro repetições. No primeiro estudo, avaliaram-se dois genótipos de capim elefante: Roxo e Paraíso, fertilizados ou não com adubação nitrogenada. Foi realizado apenas um corte do capim elefante, aos 180 dias após o plantio, com o intuito de avaliar a produção de biomassa, a eficiência da FBN e a qualidade do material produzido. No segundo estudo, avaliou-se o efeito da fertilização nitrogenada na determinação da melhor época de corte do capim elefante para alta produção, eficiência da FBN e qualidade da biomassa, onde o genótipo utilizado foi o Paraíso. No primeiro estudo a produção de matéria seca (MS) dos dois genótipos variou entre 30 e 42 Mg MS ha-1. No segundo estudo, houve ajuste quadrático para os níveis de adubação nitrogenada para produção de MS, onde a maior produção foi obtida com 50 kg de N ha-1, sendo de 32 Mg MS ha-1, e a melhor época para a produção de biomassa foi a do corte realizado aos 180 dias após o plantio, produzindo em média 34 Mg MS ha-1. Em relação ao N-total acumulado, os valores variaram entre 347 e 539 kg ha-1 no primeiro estudo, onde o genótipo Roxo acumulou mais nitrogênio na parte aérea em relação ao genótipo Paraíso. No segundo estudo avaliando o efeito da fertilização nitrogenada, o acúmulo de N variou entre 323 e 403 kg ha-1, sendo a dose de 50 kg ha-1 de N a que mais promoveu acumulou de N pela planta. O maior acúmulo de N foi observado no maior intervalo de corte (180 dias após o plantio) cerca de 422 kg N ha-1. Em relação a eficiência da FBN nas condições de estudo dos dois experimentos, a contribuição foi inferior a 10%, condizente com a alta fertilidade do solo da área de estudo. A relação C/N, relação colmo/folha (C/F), teores de fibras, teores de fósforo e potássio, e poder calorífico apresentado pelo capim elefante no que diz respeito à qualidade do material produzido, em geral, não foram influenciados pela diferença das condições de manejo do capim elefante. Em média, a relação C/N foi de 40, a relação C/F foi cerca de 5 e o poder calorífico foi cerca de 4.000 kcal/kg em ambos os estudos realizados. Já em relação aos teores de fibras produzidas, o genótipo Paraíso foi superior ao genótipo Roxo, produzindo acima de 60% enquanto que o Roxo produziu cerca de 50%. Para os teores de cinzas produzidos, estiveram próximos aos níveis geralmente encontrados nas plantas, cerca de 5% em média. Desta forma, o capim elefante apresentou características qualitativas e quantitativas positivas para ser utilizado na produção de energia renovável em região de Cerrado, sendo os genótipos Roxo e Paraíso altamente promissores para esse fim.

ASSUNTO(S)

biomassa 15n bioenergia ciencia do solo biomass 15n bioenergy

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