Protestantismo de exílio: Kalley e os refugiados da Ilha da Madeira em Illinois
AUTOR(ES)
Gilmar de Araújo Marques
DATA DE PUBLICAÇÃO
2006
RESUMO
Robert Reid Kalley, médico e missionário escocês, pode ser considerado um dos principais personagens do protestantismo de exílio, na história do protestantismo mundial. No entanto, ele é pouco conhecido e pouco valorizado na História da Igreja e na História das Missões. Considerando que Kalley também é um representante do protestantismo de missões, uma vez que ele foi o pioneiro na inserção do protestantismo no Brasil. O presente projeto busca resgatar a biografia de Kalley, enfatizando o seu pensamento e a sua obra realizada na Ilha da Madeira e em Illinois, nos Estados Unidos, antes da sua vinda para o Brasil. A literatura existente sobre a biografia e a obra de Kalley e os documentos pessoais dos remanescentes dos refugiados da Madeira em Illinois, mostram algumas características do protestantismo de exílio praticado por aquelas comunidades, cuja origem deu-se no trabalho missionário da Ilha da Madeira. Para caracterizar o protestantismo praticado pelos refugiados da Madeira como protestantismo de exílio procuramos mostrar a origem do movimento protestante através da reforma protestante do século XVI e os desdobramentos advindos das lutas políticas e sociais relacionadas com o confronto com a hegemonia religiosa no continente europeu em torno do poder político do catolicismo romano. A partir de situações similares, reportamos aos movimentos ocorridos em períodos de perseguição religiosa, na História da Igreja. Procuramos demonstrar a semelhança entre esses movimentos e a perseguição sofrida por Kalley e os exilados da Madeira e os desdobramentos nas ilhas do Caribe e em Illinois . A análise do trabalho missionário de Kalley revela como ele sempre procurou estar contextualizado com as questões eclesiásticas, políticas e sociais que iam surgindo no decorrer da sua vida. Analisando a evolução da comunidade portuguesa em Illinois, pudemos observar que a origem religiosa e a língua foram os eixos de estruturação da vida social dos refugiados nos primeiros anos de vida na América e no decorrer dos anos, a comunidade passou pelo processo de aculturação, sendo praticamente absorvida pela cultura do país que os acolheu. A partir dessas observações, procuramos aglutinar esses diversos elementos em seis categorias ou eixos que podem delinear o tipo de protestantismo que eles praticaram e identificá-los como protestantismo de exílio. Essas categorias são: Perseguição; Dispersão; Difusão; Adesão; Oposição; Dissensão ou Assimilação.
ASSUNTO(S)
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