Psychosocial care center users and their relationship with mental illness. / Usuários de um centro de atenção psicossocial e suas vivências com a doença mental
AUTOR(ES)
Ana Paula Nagaoka
DATA DE PUBLICAÇÃO
2009
RESUMO
Introdução: Os transtornos mentais, além de seus sinais e sintomas, por possuírem uma história de preconceito e descrédito, ainda hoje geram tanto nos doentes quanto nos que os cercam, dificuldades que interferem no seu cotidiano. Com o advento da Reforma Psiquiátrica, novos modelos de atenção foram criados estimulando a reinserção do doente na família e na sociedade. O CAPS surge então como um serviço que acolhe indivíduos com transtornos mentais, oferecendo atendimento terapêutico individual e em grupo, consulta médica e outras atividades. Os projetos terapêuticos individuais são voltados para o tratamento e para a reabilitação psicossocial, com iniciativas que incluem a família. Esperando contribuir para a atenção implementada pelos profissionais do serviço com elementos que possam orientar as intervenções, buscando maior eficácia e adesão aos tratamentos, este estudo teve por Objetivo caracterizar o perfil da população atendida no CAPS e as suas percepções da doença, tratamento e implicações psicossociais além de compreender como encaram sua convivência com a doença mental. Metodologia: Optou-se pela pesquisa descritiva, através da qual os dados foram coletados, analisados, classificados e interpretados. Foram entrevistados 65 pacientes e 53 familiares de pacientes em tratamento no CAPS de Pindamonhangaba, nos meses de setembro e outubro de 2008. Os instrumentos utilizados foram dois questionários com perguntas fechadas elaborados um para o paciente e outro para a família. A cada entrevistado eram explicados os objetivos da pesquisa, a forma como ela participaria do estudo, bem como o uso das informações por ela cedidas. Os dados coletados foram tabulados e os resultados foram submetidos à análise estatística comparando-se as posições dos usuários e de seus familiares frente ao cuidado relacionado aos aspectos clínicos, demográficos e do ambiente. Foram aplicados os Testes do Qui-quadrado (x2) e o de Fisher. A discussão teve por base a literatura sobre o tema. Dos pacientes, 80% tinham entre 31 e 60 anos e dos familiares, 75% apresentaram idade superior a 46 anos. Dois grupos de diagnóstico se destacaram: os esquizofrênicos e os portadores de transtorno bipolar. Um terço dos pacientes não souberam informar o próprio diagnóstico. Os familiares são constituídos em sua maioria por pais e irmãos de pacientes. Apesar de apresentarem bom nível escolar apenas 4 trabalham o que representa uma frustração para o paciente. Menos de um terço dos familiares trabalham e, mesmo assim, somente a metade participa de atividades do CAPS, especialmente reuniões de família e consultas médicas. As oficinas terapêuticas além de ajudar o paciente no processo de ressocialização e conhecimento da própria doença, servem para estabelecer vínculos e parcerias entre equipe, usuários e familiares. Mesmo a família considerando grande sua sobrecarga, sente-se otimista com relação ao futuro e satisfeita com a vida. O paciente mesmo tendo consciência de que a doença transformou seu cotidiano, também se sente otimista e satisfeito com a vida. Conclusões: Os transtornos mentais geram dificuldades nas relações pessoais e sociais, entretanto, observa-se nestas pessoas uma capacidade especial para enfrentar as adversidades, ser transformados por elas, e superá-las.
ASSUNTO(S)
family members enfermagem mental health saúde mental nursing rehabilitation reabilitação familiares
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