Recurrence in choanal atresia surgery / Recorrência no tratamento cirúrgico da atresia coanal congênita

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

Desde o primeiro relato de tratamento cirúrgico da atresia coanal congênita em meados do século XIX, diferentes acessos e técnicas foram descritos. Entretanto, ainda não há consenso na literatura a respeito da técnica ideal para o tratamento desta mal formação. A principal complicação do tratamento desta mal formação é a reestenose. As estatísticas dos índices de reestenose variam na literatura de 9% a 36%, com uma média de 4 a 6 reoperações por paciente. Os principais procedimentos cirúrgicos usam os acessos transnasais (endoscópico ou microscópico) e transpalatinos. Apesar disto, a escolha entre os dois acessos e também o uso de procedimentos auxiliares como, moldes, dilatações e mitomicina C permanecem controversos. Previamente, descrevemos uma técnica transnasal endoscópica para a correção da atresia coanal congênita que utiliza retalhos de mucosa de septo nasal e da parede faríngea da atresia que dispensa uso de moldes ou tampões no pós operatório. Nesta técnica, utilizamos cola de fibrina para a fixação dos retalhos que protegem as áreas ósseas cruentas. Assim, a reparação tecidual local é mais rápida e a possibilidade de reestenose é menor. Outros autores também publicaram resultados satisfatórios do tratamento da atresia coanal com diferentes técnicas de confecção de retalhos por via transnasal endoscópica. Entretanto, ainda não há consenso na literatura sobre as vantagens do uso de retalhos na cirurgia da atresia coanal para a prevenção de recorrências. Devido à controvérsias na literatura, quanto à melhor opção de tratamento destes casos, é preciso buscar evidência que oriente a tomada de decisão pela cirurgia que ofereça o menor índice de recorrência no tratamento da atresia coanal congênita. Com este objetivo, estudamos os resultados de uma série de 21 pacientes operados pela nossa técnica, para o tratamento cirúrgico da atresia coanal congênita, acompanhados por 6 mêses à 10 anos. Estes resultados foram analizados com os de outros autores selecionados por revisão sistemática da literatura. Foi realizado estudo destes dados com o objetivo de determinar a significância dos retalhos na diminuição do índice de recorrências. A análise estatística dos dados mostrou que a possibilidade de reestenose das técnicas com retalhos foi de 9,25% portanto, bem inferior aos 30,02% daquelas que não os utilizam. A taxa de sucesso de 90,75%, com uso de retalhos, também supera os 69,98% calculados para as técnicas que dispensam sua utilização. A chance de reestenose com a proteção dos retalhos é 23,7% do risco das técnicas sem retalhos, considerando o intervalo de confiança de 95%(IC95% [0,1370;04120]) e p<0,001. Estes resultados devem ser interpretados ressalvando-se as limitações de qualidade metodológica dos estudos disponíveis na literatura atual para a inclusão de seus dados nesta análise. Entretanto, apesar destes serem os únicos com que no momento podemos contar, eles corroboram os resultados isolados dos diferentes autores que utilizam retalhos para a correção cirúrgica da atresia coanal congênita os quais mostram que suas cirurgias proporcionam menores índices de reestenose.

ASSUNTO(S)

atresia das coanas/cirurgia endoscopia retalhos cirúrgicos. cirurgia otorrinolaringologica

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