Reflexive se in brasilian portuguese. / O se reflexivo no português brasileiro.
AUTOR(ES)
Dorothy Bezerra Silva de Brito
DATA DE PUBLICAÇÃO
2009
RESUMO
Nesta tese, desenvolvo um estudo sobre as propriedades sintático-semânticas do se reflexivo no Portugus Brasileiro (PB). Canonicamente, o se é considerado o clítico reflexivo para a terceira pessoa do singular, ele e ela, e do plural, eles e elas, para o pronome de segunda pessoa do singular você, e também do plural, vocês, e para o pronome de primeira pessoa do plural, a gente. Uma outra possibilidade apresentada pela gramática do PB, ainda que não faça parte do registro culto da língua, é que o se seja a forma reflexiva também para antecedentes de primeira pessoa do singular e do plural, eu e nós, respectivamente, e também para o pronome de segunda pessoa do singular, tu. Uma das hipóteses de trabalho é a de que, levando-se em conta a composição interna dos elementos pronominais, o se apresenta uma simplificação estrutural em comparação aos outros clíticos do PB, por não codificar traços φ. Uma consequência desta subespecificação do se seria a ampliação do seu uso como reflexivizador o que, por sua vez, restringe a sua ocorrência a contextos reflexivos, diferentemente dos outros clíticos do PB, que podem ser dêiticos e indicar referência disjunta. Se codifica apenas o traço [SELF], um traço semântico que é responsável pela interpretação reflexiva do predicado em LF e, assim, pode ser considerado apenas uma marca de reflexivização. Outra hipótese defendida nesta tese é a de que a diferença entre os traços apresentados por se e pelo antecedente não interfere na gramaticalidade da sentença pois a reflexividade é uma propriedade de predicados e a concordância se dá entre o reflexivo e o núcleo predicador, v, que valora o traço de Caso do reflexivo e é marcado como reflexivo por este. Ainda assim, v necessita ter os seu traços φ valorados, o que não pode ser feito por se, já que este não possui traços φ valorados que possam valorar os de v. Uma possível solução seria a adoção da relação Agree composta, formulada por Reuland (2001): uma vez que (v, DP objeto) concordam, (T, v) concordam e (T, DP sujeito) concordam, torna-se possível que os traços φ do sujeito completem a valoração dos traços de v através do compartilhamento de traços entre os itens. Concluo que o se é o verdadeiro reflexivo no PB e assumo que o que há entre os outros clíticos e os antecedentes é uma relação de correferência que se dá através da identidade de traços, e não uma relação de reflexividade.
ASSUNTO(S)
concordância syntax clítico reflexivização lingüística, letras e artes agreement clitic sintaxe reflexivization
ACESSO AO ARTIGO
http://bdtd.ufal.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=612Documentos Relacionados
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