Regeneração da vegetação nativa após colheita florestal de Eucalyptus saligna Sm. na região centro-oeste do Paraná, Brasil

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

30/06/2010

RESUMO

A intensa substituição de vegetação natural por áreas antropizadas gera uma paisagem fragmentada que pode resultar na alteração da dinâmica ambiental. Nesse processo, a extinção de algumas espécies da flora e da fauna silvestre pode passar a ser uma realidade. Frente a este fato, tem se cobrado uma reestruturação do uso e ocupação das áreas indevidamente tomadas. Nessa reorganização do espaço, áreas de preservação permanente e reserva legal devem ser restauradas de forma a promover a reocupação com florestas naturais. Todavia, no atual contexto de intensa fragmentação florestal e perda de biodiversidade, a regeneração dos ambientes degradados por meio da sucessão secundária natural pode ser dificultada, ou até mesmo impossibilitada, devido à distância de fontes de propágulos das áreas a serem recolonizadas. Neste contexto, reflorestamentos podem ser usados para acelerar e/ou possibilitar a restauração e o restabelecimento da biodiversidade em ambientes degradados, pois atraem animais dispersores e oferecem as condições microclimáticas necessárias para o desenvolvimento de espécies vegetais de estágios sucessionais mais avançados. No entanto, em locais ou situações em que fatores socioeconômicos impedem as atividades de restauração, a escolha das espécies plantadas em um reflorestamento pode ser feita com uma abordagem comercial. Diversos autores demonstram que a colonização do sub-bosque destas florestas comerciais resulta em uma quantidade de espécies nativas consideráveis. Assim, surge a preocupação sobre o que acontece com a vegetação regenerante do sub-bosque de reflorestamentos com Eucalyptus spp. após colheita florestal. O estudo foi realizado em 2008 e 2009 em áreas de reflorestamentos de Eucalyptus grandis W. Hill ex Maiden, em áreas em regeneração (anteriormente ocupada por Eucalyptus saligna Sm.) e em áreas de floresta nativa localizados no município de Telêmaco Borba, Paraná. Foram registradas no total 178 espécies pertencentes a 87 gêneros e 48 famílias. A floresta nativa foi a área que apresentou maior índice de diversidade, seguida pelo reflorestamento de E. grandis e, então, pela regeneração. Observou-se maior similaridade de espécies entre a floresta nativa e o reflorestamento. Assim, sugere-se que a regeneração encontra-se em estágios mais iniciais de sucessão do que o reflorestamento. Provavelmente, os impactos causados pela colheita florestal sejam responsáveis pela presente situação do tratamento regeneração.

ASSUNTO(S)

vegetação - regeneração (botânica) reflorestamento florestas - restauração eucalipto vegetation regeneration (biology) restoration of forests

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