Resultados maternos e perinatais em pacientes com disfunção sistólica grave
AUTOR(ES)
Custódio, Marcelo Graziano, Yamakami, Lucas Yugo Shiguehara, Bortolotto, Maria Rita de Figueiredo Lemos, Waissman, Adriana Lippi, Zugaib, Marcelo
FONTE
Revista da Associação Médica Brasileira
DATA DE PUBLICAÇÃO
2008-12
RESUMO
OBJETIVO: O objetivo deste trabalho é avaliar os resultados maternos e perinatais em gestantes com disfunção sistólica grave de ventrículo esquerdo acompanhadas em hospital terciário durante a gestação, parto e puerpério imediato. MÉTODOS: Doze pacientes com disfunção ventricular grave, definida por fração de ejeção <40% em ecocardiograma realizado durante a gestação, foram avaliadas retrospectivamente. Os dados incluíram ocorrência de complicações clínicas e obstétricas, características do parto e resultados neonatais. As complicações clínicas consideradas foram aparecimento ou piora da dispnéia, arritmia, acidente vascular cerebral, tromboembolismo pulmonar, edema agudo de pulmão, parada cardíaca e morte. RESULTADOS: A média da fração de ejeção das pacientes foi 28,9+-6,47% (mediana: 30%). Quatro pacientes iniciaram o pré-natal em classe funcional III e oito com classe I ou II. Dez pacientes apresentaram piora da dispnéia durante a gravidez. A complicação clínica mais comum foi edema agudo de pulmão (Três pacientes). Três das quatro pacientes que iniciaram o pré-natal em classe funcional III apresentaram boa evolução da gravidez; a outra apresentou parto prematuro devido à piora dos sintomas. Houve dois partos vaginais e 10 cesáreas. Dez dos 13 recém-nascidos foram pequenos para idade gestacional. Uma paciente, que já tinha indicação de transplante cardíaco antes da gestação, apresentou descompensação clínica durante a gravidez e evoluiu para edema agudo de pulmão e choque cardiogênico, realizando o transplante dois meses após o parto. Não houve morte materna ou neonatal. CONCLUSÕES: Embora o número de gestações avaliadas tenha sido pequeno, deve-se rever a indicação de abortamento terapêutico em gestantes com disfunção ventricular esquerda grave, uma vez que todas as gestações evoluíram até a viabilidade. Os recém-nascidos destas mães apresentaram grande incidência de restrição do crescimento intra-uterino. A via de parto vaginal pode ser considerada, quando de início espontâneo. A indução de parto nestas pacientes parece estar correlacionada à ocorrência de sofrimento fetal intraparto.
ASSUNTO(S)
gravidez doença cardíaca insuficiência cardíaca disfunção ventricular ecocardiograma
Documentos Relacionados
- Resultados maternos e perinatais em gestantes portadoras de leucemia
- Resultados maternos e perinatais em gestações complicadas por doenças falciformes
- Estudo Comparativo dos Resultados Maternos e Perinatais entre Pacientes com Diabetes Pré-gestacional Tipo I e Tipo II
- Influência do internamento materno prolongado nos resultados maternos e perinatais de duas séries de pacientes com placenta prévia
- Superóxido dismutase prediz disfunção sistólica em pacientes tratados com adriamicina