Revisitando a Capacidade de Campo (CC): variação da definição de CC e sua estimativa com funções de pedotransferência

AUTOR(ES)
FONTE

Rev. Bras. Ciênc. Solo

DATA DE PUBLICAÇÃO

2014-12

RESUMO

Levando em conta a natureza dos processos hidrológicos envolvidos na medição da Capacidade de Campo (CC) in situ , este estudo propõe uma variação da definição de CC a fim de minimizar as impropriedades de sua determinação, mas também de manter seu sentido prático original. A análise de dados de CC para 22 solos brasileiros e de dados adicionais da literatura, todos medidos segundo a definição proposta, que é com base no tempo de drenagem de 48 h após uma infiltração por alagamento raso, indicou fraca dependência na quantidade de água infiltrada, valor de umidade antecedente, morfologia do solo e nível do lençol freático, mas forte dependência nas propriedades básicas do solo. Essa dependência nas propriedades básicas do solo permitiu a determinação da CC dos 22 perfis de solo por funções de pedotransferência (FPTs), utilizando as variáveis de entrada usualmente adotadas na predição de retenção de água no solo. Entre as variáveis de entrada, a umidade θ (6 kPa) foi a que teve maior impacto; de fato, uma FPT linear com base somente nela resultou numa CC com raiz quadrada de resíduo quadrático médio menor que 0,04 m³ m- 3, individualmente para todos os solos. Foi evidenciado que tal FPT foi um melhor avaliador da CC do que o método tradicional que utiliza diretamente a umidade a uma sucção arbitrária. Os dados de CC foram compatíveis com uma base de dados equivalente e mais abrangente dos Estados Unidos obtida da literatura, principalmente para amostras de solo de textura média. Uma causa das diferenças entre as CCs das duas bases de dados com solos de textura fina foi em razão dos seus tempos de drenagem diferentes. Assim, recomenda-se um procedimento padronizado para a determinação in situ da CC.

ASSUNTO(S)

drenagem interna capacidade de aeração retenção de água no solo

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