Seedling morphology of fourteen Cerrado woody species / Morfologia de plântulas de espécies lenhosas do Cerrado
AUTOR(ES)
Gustavo Ribeiro Montoro
DATA DE PUBLICAÇÃO
2008
RESUMO
A fase de plântula é momento após a germinação crítico para o estabelecimento das espécies vegetais em seus ambientes naturais e/ou em viveiros. Deve-se, portando, conhecer as estratégias adotadas pelas espécies para seu estabelecimento. A compreensão e diferenciação das plântulas em determinada região podem levar ao melhor conhecimento dos mecanismos de manutenção desta vegetação, contribuindo nos trabalhos de inventário, conservação e recuperação. Atualmente, as plântulas são classificadas com base principalmente na exposição, posição e textura dos cotilédones durante seu crescimento inicial. No presente trabalho foram coletadas sementes de cinco matrizes para 14 espécies do Cerrado sentido restrito, entre outubro de 2006 e novembro de 2007. Após aplicação de tratamentos adequados para a germinação das sementes para cada espécie, 20 sementes foram semeadas a 1 cm de profundidade em sacos de polietileno para a formação das plântulas. O substrato utilizado foi o Latossolo vermelho com esterco curtido de gado na proporção 1:3. (analisado quimicamente pela Escola de Agronomia-UFG). Os saquinhos foram colocados a pleno sol e irrigados diariamente as 06:00 e as 16:00 hs, com cerca de 20 ml de água por saquinho. Para tal irrigação utilizou-se pulverizadores e temporizador. Após a emergência, as plântulas foram classificadas em fanerocotiledonares (cotilédones expostos) ou criptocotiledonares (cotilédones mantidos no tegumento); com cotilédones epígeos (cotilédones elevados acima da superfície do solo) ou hipógeos (cotilédones mantidos abaixo ou sobre a superfície); cotilédones foliáceos (finos e fotossintéticos) ou de reserva (carnosos armazenadores). De acordo com esta classificação Aspidosperma tomentosum Mart., Lafoensia pacari A.St.-Hil., Pseudobombax longiflorum (Mart. &Zucc.) A. Robyns e Tabebuia aurea (Manso) Benth. &Hook. f. ex S. Moore apresentam plântulas fanero-epígeas-foliáceas (FEF), Aeghiphila lhotskiana Cham, Caryocar brasiliense Cambess. e Sterculia striata A.St.-Hil. &Naudin. são cripto-hipógeo-de reserva (CHR); Copaifera langsdorffi Desf., Dalbergia miscolobium Benth., Enterolobium gummiferum (Mart.) J. F. Macbr., Hymenaea stigonocarpa Mart. ex Hayne e Stryphnodendron adstringens (Mart.) Coville são fanero-epígeas-de reserva (FER), enquanto que Eriotheca pubescens (Mart. &Zucc.) Schott &Endl. e Magonia pubescens A.St.-Hil. são fanero-hipógea-de reserva (FHR). Dos cinco grupos morfofuncionais possíveis apenas o criptocotiledonar-epígeo-de reserva não foi encontrado. Assim como em outras floras tropicais, as plântulas do Cerrado sentido restrito em geral apresentam seus cotilédones expostos do tipo FER e FEF. Os resultados obtidos demonstram as diferentes estratégias adotadas pelas espécies para se estabelecerem em ambiente tão heterogêneo como o do Cerrado sentido restrito, que anualmente passa por longo período muito seco e outro período úmido. As espécies com cotilédones carnosos retidos na sementes e/ou frutos como C. brasiliense dispersam suas sementes na estação chuvosa, de forma a maximizar a sobrevivência de suas plântulas no período seco. Já espécies com cotilédones foliáceos em geral dispersam suas sementes na estação seca, germinando e se estabelecendo na estação chuvosa. Esta característica é fortalecida com a formação de frutos ou sementes aladas, leves e de fácil dispersão pelo vento. A diferenciação morfológica entre protofilos e metafilos foi observada entre as espécies estudadas. Três formas relacionadas com a heterofilia foram encontradas: plântulas Tipo-I: protofilos e metafilos de igual morfologia; Tipo II: protofilo inicial diferente dos metafilos; Tipo-III: protofilos iniciais só modificam a forma em nós posteriores, caracterizando a formação dos metafilos.
ASSUNTO(S)
protophyll espécies arbóreas do cerrado metaphyll morfologia de plântulas botanica cerrado woody species metafilos protofilos seedlings morphology
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