Soroprevalência de lentiviroses de pequenos ruminantes e caracterização dos rebanhos caprinos e ovinos no estado do Maranhão, Brasil.
AUTOR(ES)
Whaubtyfran Cabral Teixeira
FONTE
IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia
DATA DE PUBLICAÇÃO
2012
RESUMO
Objetivou-se, no presente estudo, determinar a soroprevalência das lentiviroses de pequenos ruminantes (LVPR), caracterizar o manejo zoosanitário e descrever as características da caprinovinocultura nas três principais mesorregiões produtoras de caprinos e ovinos do Estado do Maranhão, Brasil. Foram visitados 30 criatórios de caprinos, 31 de ovinos e 52 mistos, localizados em 23 municípios das mesorregiões Centro, Leste e Norte Maranhense. Aplicou-se um questionário investigativo em cada propriedade abordando dados sobre o proprietário, propriedade, reabanho e os sistemas de manejos higiênico-sanitário, nutricional e reprodutivo. O número total de animais nesses rebanhos era de 3.405 caprinos 2.971 ovinos. Para determinar a prevalência de LVPR, foram analisadas 1.703 amostras de soro sanguíneo de caprinos e 1.495 de ovinos. Foram utilizados animais com idade superior a seis meses, de ambos os sexos e raças variadas. Para o diagnóstico da infecção pelo LVPR, utilizou-se o teste da imunodifusão em gel de ágar (micro-IDGA). A análise estatística dos dados foi realizada empregando-se o programa Epi Info versão 6.04. A prevalência geral da infecção pelo CAEV foi de 2,8% (47/1703), sendo as prevalências nas mesorregiões Norte, Leste e Centro de 1,3% (5/385), 2,5% (18/713) e 4,0% (24/605), respectivamente. Houve diferença significativa entre as prevalências das mesorregiões Norte e Centro (P<0,05). Do total de propriedades amostradas, 25,6% (21/82) apresentaram pelo menos um animal positivo. Com relação à variável sexo foi encontrada prevalência de 4,4% (10/225) para machos e 2,5% (37/1478) para as fêmeas, onde se evidenciou diferença significativa (P<0,05). Verificou-se que a prevalência não aumentou com a idade (P>0,05). Observaram-se prevalências de 11,3% (16/142), 3,5% (23/654) e 0,9% (8/907) para animais de raças puras, mestiços e SRD, respectivamente, apresentando diferença estatística significativa (P<0,05). Constatou-se uma prevalência geral da infecção pelo MVV de 0,7% (11/1495) e prevalências de 0,5% (3/564), 0,7% (4/539) e 1,0% (4/392) nas mesorregiões Centro, Leste e Norte, respectivamente, não sendo verificada diferença estatística significativa (P>0,05). Em relação à variável sexo, observou-se que 0,5% (1/207) dos machos e 0,8% (10/1288) das fêmeas foram soropositivos (P>0,05). Em relação à idade também não foi evidenciada diferença significativa (P>0,05). Observou-se prevalência de 1,5% (1/66), 1,0% (8/776) e 0,3% (2/653) para ovinos de raças puras, mestiços e SRD, respectivamente (P>0,05). Para a formação dos rebanhos base foram utilizados animais oriundos dos Estados do Piauí, Pernambuco, Ceará, Bahia e Paraíba. O principal sistema de criação adotado é o semi-extensivo, onde os animais permanecem soltos no pasto durante o dia e são recolhidos ao final da tarde, tanto nas criações de caprinos (93,9%) quanto nas de ovinos (92,8%). Quanto ao tipo de aprisco utilizado o ripado (52,4% e 41,0%) e o chão batido (36,6% e 44,6%) foram os que apresentaram as maiores frequências. As práticas sanitárias adotadas com maior frequência foram limpeza das instalações, desinfecção do aprisco, corte e desinfecção do cordão umbilical do recém-nascido, casqueamento, enterro dos cadáveres e separação de animais doentes. Alterações clínicas mais citadas que acometem os animais dos rebanhos caprinos e ovinos, respectivamente, foram verminose (97,6% e 95,2%), linfadenite caseosa (84,1% e 79,5), miíase (79,3% e 73,5), aborto (73,3% e 67,5), pododermatite (70,7% e 68,7%), ectoparasitose (57,3% e 47,0%), mastite (50,0% e 42,2%), artrite (39,0% e 30,1%), ectima contagioso (37,8% e 43,5%), ceratoconjuntivite (35,4% e 39,8%), pneumonia (29,3% e 22,9%), diarréia (23,2% e 19,3%) e alterações nervosas (8,5% e 7,2%). Foi verificado um percentual elevado (65,8% dos rebanhos caprinos e 69,9% nos ovinos) de propriedades que têm problemas com mortalidade, chegando a atingir até 10% em cada rebanho. A vacinação foi adotada em 58,5% e 61,4% dos rebanhos caprinos e ovinos, respectivamente, enquanto que a desverminação foi à prática mais adotada para o controle de verminoses por 92,7% e 95,2% dos criadores de caprinos e ovinos, respectivamente. Conclui-se que a infecção por LVPR está presente em caprinos e ovinos das mesorregiões Centro, Leste e Norte Maranhense. Nesse sentido, fica explícita a necessidade de implementar medidas de controle a fim de evitar a propagação dos vírus entre os rebanhos e novas introduções no Estado, através da exigência de testes negativos para LVPR. Observou-se que o manejo sanitário, adotado nas propriedades de caprinos e ovinos nas mesorregiões estudadas, é deficiente, apresentando sérios problemas que podem está interferindo no desempenho dos rebanhos, necessitando de adequações visando à maximização da produtividade e redução de custos.
ASSUNTO(S)
vírus pequenos ruminantes imunodifusão cae maedi-visna medicina veterinaria small ruminants immunodiffusion
ACESSO AO ARTIGO
http://200.17.137.108/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=1499Documentos Relacionados
- Soroprevalência de lentiviroses de pequenos ruminantes e caracterização dos rebanhos caprinos e ovinos no estado do Maranhão, Brasil
- Soroprevalência de lentiviroses dos caprinos e ovinos do estado de Pernambuco, Brasil.
- Soroprevalência de lentiviroses dos caprinos e ovinos do estado de Pernambuco, Brasil
- Lentivirus de pequenos ruminantes: caracterização genética e antigênica de isolados de caprinos e ovinos do Brasil
- Trombiculíase em caprinos domésticos e humanos no Estado do Maranhão, Brasil