Streptococcus agalactiae : avaliação da patogenicidade "in vivo" e eficácia da vacina experimental em tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus)

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

04/06/2007

RESUMO

A piscicultura e atualmente um dos segmentos da produção animal que mais cresce no Brasil e com enorme potencial de expansão. Entre as espécies de peixes cultivados, a tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus) e uma das mais importantes, e no estado do Paraná ocupa a primeira posição. O cultivo intensivo de peixes, dependendo da qualidade da água, alimentação e manejo, tornam os peixes mais susceptíveis as doenças. Entre as infecções de origem bacteriana, a causada por Streptococcus agalactiae e a de maior repercussão econômica em tilapias cultivadas em regiões de águas quentes. Para minimizar os impactos da estreptococose em cultivos intensivos de peixes, diferentes tipos de vacinas estreptococicas, com ou sem adição de extrato de produtos extracelulares ou adjuvantes, vem sendo estudadas. Os objetivos deste trabalho foram verificar a taxa de mortalidade, sinais clínicos e lesões macroscópicas em tilapias inoculadas experimentalmente com diferentes concentrações de S. agalactiae e avaliar a eficácia da vacina inativada de S. agalactiae para tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus). Para o preparo das inoculações experimentais e da vacina de células inativadas, foi utilizado S. agalactiae isolado de tilapias naturalmente infectadas. Para a determinação da taxa de mortalidade os peixes foram inoculados pela via intraperitoneal (i.p) com doses infectantes variando de 1,0 x 106 a 1,5 x 108UFC/peixe, em três períodos diferentes. Para a eficácia da vacina, dois grupos de peixes, com peso aproximado de 20g, foram inoculados com 0,1 mL (2,0 x 108UFC/mL) por via i.p. Um grupo (Tratamento 1) foi vacinado com uma dose e o outro (Tratamento 2) com duas, com intervalo de 21 dias. O grupo controle foi inoculado por via i.p. com 0,1 mL de “Tryptic Soy Broth”. Os peixes foram desafiados, 30 dias apos a aplicação da vacina, com a cepa homologa de S. agalactiae, 0,1 mL (3 x 106UFC/peixe) por via i.p. e monitorados durante 16 dias. Nos peixes inoculados com diferentes doses infectantes de S. agalactiae, os sinais clínicos observados foram anorexia, letargia, natação errática, exoftalmia e ascite. As lesões macroscópicas foram hemorragia na pele, esplenomegalia, hepatomegalia com palidez do órgão e aderências viscerais. As taxas de mortalidade nos grupos inoculados variaram de 67,5 a 90,0%. S. agalactiae foi re-isolado em todos os peixes inoculados experimentalmente. Houve diferença estatisticamente significativa (p=0,0045) entre os coeficientes de mortalidade dos peixes vacinados com uma e duas doses da vacina e a porcentagem relativa da sobrevivência (RPS) foi de 83,6% e de 96,4%, respectivamente. Os resultados mostram que o S. agalactiae isolado de tilapias naturalmente infectadas reproduziu a doença em condições experimentais e os peixes vacinados com uma e duas doses da vacina apresentaram proteção eficaz ao desafio experimental.

ASSUNTO(S)

tilápia (peixe) - doenças estreptococo vacinas tilapia diseases vaccines

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