studo da isoforma da enzima conversora de angiotensina I(ECA) de 90kDa, potencial marcador genético da hipertensão: estudo funcional no modelo experimental de transplante renal. / STUDY OF isoforms of angiotensin I converting (ECA) of 90 KDa, POTENTIAL GENETIC MARKER OF HYPERTENSION: STUDY ON THE FUNCTIONAL MODEL OF EXPERIMENTAL TRANSPLANTATION RENAL.

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

A hipertensão pós-transplante é o fator de risco mais importante para a progressão da doença renal, bem como para doenças cardiovasculares. A ECA de 80/90 kDa, detectada na urina de ratos espontaneamente hipertensos (SHR), foi descrita como um possível marcador genético de hipertensão. Esta enzima, em trabalhos anteriores de nosso grupo, foi caracterizada em vários tecidos do rato SHR. O objetivo deste estudo é avaliar se o marcador biológico da hipertensão (a ECA de 90/80 kDa) migra das células presentes no enxerto do rim do rato SHR transplantado no rato normotenso (Wistar) para outros tecidos, incluindo o rim nativo (rim não manipulado do rato Wistar). Os ratos Wistar foram transplantados, recebendo o rim dos ratos SHR (grupo transplante) ou dele próprio (grupo Sham-controle). Logo após a cirurgia, um grupo de ratos transplantados foi tratado com ciclosporina (CsA, transplante CsA) por 15 e 30 dias. Um segundo grupo não recebeu o tratamento (transplante sem CsA) no mesmo período. Na urina de 24 horas coletada dos animais dos diferentes grupos, foi analisada: a atividade da ECA total utilizando Z-Phe-His-Leu como substrato, e a expressão protéica das isoformas da ECA, em especial a enzima de 80/90 kDa por Western Blotting utilizando anticorpo monoclonal 9B9 contra ECA, específico para a porção N-domínio. Após o término do tratamento, os animais foram sacrificados e os tecidos foram retirados para posterior análise da expressão das isoformas da ECA por Western Blotting, imunohistoquímica e seqüenciamento.Na urina, a isoforma de 80/90 kDa foi detectada no grupo transplante com CsA, estando ausente no grupo Sham. Nos tecidos avaliados por Western Blotting, rim nativo, rim transplante, adrenal e pulmão foi possível observar a expressão da isoforma de 80/90KDa no grupo transplante com e sem CsA, não sendo detectada nos tecidos do grupo Sham. A atividade da ECA, nos tecidos analisados, foi maior nos ratos transplantados sem CsA, quando comparada ao grupo dos ratos tratados com CsA e o Sham, respectivamente. A pressão arterial média de cauda se mostrou elevada no grupo não tratado com CsA (s/CsA) quando comparado ao grupo tratado (CsA) e ao Sham. Estes resultados se repetiram na imunohistoquímica com uma intensa expressão da ECA no grupo transplante que não recebeu o tratamento com CsA. O seqüenciamento da banda protéica correspondendo à isoforma de 80/90 kDa do tecido renal e pulmonar demonstrou que esta é ECA homóloga às enzimas de rato, humana, de camundongo e bovina com uma homologia que varia entre 75 a 95%. Os resultados sugerem que o rim transplantado do rato SHR no Wistar promoveu o aparecimento da isoforma de 80/90 kDa tanto na urina como nos tecidos analisados. O seqüenciamento comprovou que a banda protéica de 80/90 kDa nos tecidos avaliados é ECA. A atividade da ECA e a pressão arterial foram maior no grupo não tratado com CsA no rim nativo e no pulmão do receptor normotenso, sugerindo que o transplante do rim hipertenso no rato normotenso promoveu a transferência da mensagem gênica, ou seja, da ECA com 80/90 kDa para os diferentes tecidos, que poderia estar cooperando para esse quadro hipertensivo, devido a uma migração desta molécula por um fenômeno que podemos definir como microquimerismo. O tratamento com CsA interfere na atividade enzimática, refletindo de alguma forma no mecanismo fisiopatológico sistêmico da pressão arterial. Financiado pela FAPESP.

ASSUNTO(S)

1. eca 80/90 kda 2. transplante renal 3. hipertensão 4. ciclosporina 5. sequenciamento 6. microquimerismo nefrologia

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