Tendência da incidência de câncer do colo do útero invasor em quatro capitais brasileiras: dados dos registros de câncer de base populacional, 1990-2004
AUTOR(ES)
Ayres, Andréia Rodrigues Gonçalves, Silva, Gulnar Azevedo e, Guimarães, Raphael Mendonça
FONTE
Cad. saúde colet.
DATA DE PUBLICAÇÃO
2013-09
RESUMO
Os Registros de Câncer de Base Populacional (RCBP) coletam sistematicamente dados de serviços de diagnóstico e tratamento de pacientes por câncer, fornecendo assim dados de incidência de câncer. No Brasil, os primeiros RCBP surgiram em Recife e São Paulo na década de 1960, e atualmente existem 28 distribuídos entre capitais e demais cidades pelo país. O objetivo do estudo é Analisar a tendência das taxas de incidência do câncer do colo do útero com base nos dados de RCBP selecionados. Foram acessados os dados disponibilizados no site do Instituto Nacional de Câncer (INCA) dos RCBP de Fortaleza, Porto Alegre, Recife e São Paulo, para obtenção do número de casos para neoplasia maligna do colo do útero, neoplasia do útero porção não especificada e carcinoma in situ do colo do útero por idade. Foram utilizados os denominadores populacionais informados pelo Ministério da Saúde (Datasus). Foram calculadas as taxas específicas por idade para os grupos etários estratificados de 25 a 34, 35 a 49 e 50 a 59 anos. A tendência foi analisada por regressão polinomial. Os períodos com informações disponíveis de 1990 a 2004 variaram de 7 a 13 anos. A análise gráfica mostrou menor regularidade para Recife. A tendência de incidência para o câncer do colo do útero foi declinante e pode ser, parcialmente, explicada em função do tempo entre mulheres de 35 a 59 anos em Fortaleza (CID-10 C53: 35 a 49 anos ß=-9.11, p<0,001 e 50 a 59 anos ß=-4.53, p=0.02) e São Paulo (CID-10 C53: 35 a 49 anos ß=-4.83, p=0.04 e 50 a 59 anos ß=-4.49, p<0.001). A tendência de incidência de câncer de útero - porção não especificada - mostrou decréscimo entre mulheres de 35 a 59 anos na cidade de Porto Alegre (35-49 anos: p=0.032; 35 a 49 anos: p=0.004 ). A análise da tendência do carcinoma in situ do colo do útero foi crescente em todas as cidades e grupos etários estudados, com exceção de Recife. A regularidade e a cobertura dos RCBP podem interferir na qualidade das estimativas de incidência, porém mesmo com essas limitações, as informações geradas por eles podem ser relevantes para o monitoramento do câncer. A queda observada do câncer invasor e o crescimento do carcinoma in situ em Porto Alegre e Fortaleza podem indicar resultados positivos das ações de rastreamento para o câncer do colo do útero nessas cidades.
ASSUNTO(S)
neoplasias do colo do útero séries temporais epidemiologia incidência
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